A recente movimentação do governo dos Estados Unidos contra o sistema financeiro brasileiro parece que não desanimou os esforços de internacionalização do Pix. Pelo contrário, impulsionou ainda mais sua expansão global. Alex Hoffmann, cofundador da PagBrasil e um dos responsáveis pela internacionalização do sistema, declarou que a reação do mercado e dos bancos contra a expansão da plataforma de pagamentos é “imparável”.
Na última semana de julho, a PagBrasil lançou a solução Pix no varejo dos Estados Unidos – em parceria com a gigante das maquininhas Verifone – sendo implementada em locais com grande concentração de turistas brasileiros, como na Flórida e em Nova York. Hoffmann destacou que, além de turistas, a solução pode atender imigrantes brasileiros, que já adotam o Pix em países como Portugal, pelo conforto de pagar diretamente de sua conta bancária, sem a necessidade de câmbio.
O lançamento acontece, coincidentemente, durante um momento de forte crítica ao Brasil por parte do governo dos EUA, que questionou práticas comerciais brasileiras, incluindo o sistema de pagamentos instantâneos. Para Hoffmann, no entanto, essa reação apenas acelerou o processo de busca por alternativas ao modelo de pagamentos tradicional. “Essa agenda do governo Trump acelera a busca por alternativas”, explicou o cofundador, em entrevista para o jornal brasileiro O GLOBO divulgada na segunda-feira, 4 de agosto de 2025.
Ele também destacou à resistência de empresas como Visa e Mastercard, que dominam o setor global de pagamentos. “O duopólio vai espernear, mas não tem como parar a história, no máximo atrasar”, afirmou. Segundo ele, “pode haver pressão de alguns bancos e alguns países, mas política é algo de momento. Já o Pix é imparável”.
Como Funciona o Pix nos EUA?
A opção de pagamento via Pix estará disponível nos estabelecimentos que optarem por aceitar essa forma de pagamento, com a funcionalidade integrada diretamente nas maquininhas da Verifone.
Processo de Pagamento:
- Escaneamento do QR Code: O consumidor brasileiro, ao realizar uma compra, escaneia o QR Code gerado pelo comerciante.
- Valor em Reais: O valor da compra é mostrado em reais, como se o consumidor estivesse pagando no Brasil.
- Recebimento em Dólar: Apesar do valor ser mostrado em reais, o lojista nos EUA recebe o valor equivalente em dólares.
- Spread Cambial: A conversão do valor envolve um spread cambial de aproximadamente 2%, bem abaixo da taxa cobrada por cartões de crédito.
- Conta Bancária do Consumidor: O consumidor não precisa baixar nenhum aplicativo adicional. Ele pode fazer o pagamento diretamente com a sua própria conta bancária, como se estivesse no Brasil, sem a necessidade de envolver o sistema bancário dos EUA.
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Como o Pix internacional surgiu?
A ideia de criar uma solução internacional para o Pix surgiu durante uma viagem de Hoffmann ao Uruguai, em 2023, quando ele percebeu a dificuldade de pagar com um sistema tão simples e acessível quanto o Pix em outros países. Desde então, a PagBrasil iniciou sua jornada de expansão, começando pelo Uruguai, e depois se estendendo para outros países da América Latina, como Chile, México e Argentina. Em 2024, a solução chegou à Europa, com países como Espanha, Portugal e Holanda, além de também ser utilizada na China.
Atualmente, o Uruguai é o país que mais se destaca, com mais de 6 mil estabelecimentos aceitando o Pix. A aceitação do sistema gerou até mesmo mudanças legislativas favoráveis no país, como descontos de impostos para estrangeiros que pagam com o Pix.
O futuro do Pix: alternativas ao duopólio
Com a rápida adoção do Pix em vários países, o sistema brasileiro se torna uma alternativa viável aos tradicionais sistemas de pagamentos. A proposta de Hoffmann vai além: ele acredita que o Pix, ao se integrar a outros sistemas regionais, tem o potencial de formar uma infraestrutura de pagamento global que desafie o duopólio dos gigantes de pagamentos.
No entanto, ele não acredita que o Pix substituirá soluções locais como o UPI da Índia. Em vez disso, ele aposta na criação de uma rede interconectada. O sistema tem potencial para se tornar uma solução global, mas sua adoção ainda dependerá de mais países e da superação de obstáculos políticos e regulatórios.
Perguntas e respostas sobre o Pix
O que é o Pix?
O Pix é um sistema de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central do Brasil, que permite transferências e pagamentos em tempo real, 24 horas por dia, 7 dias por semana, incluindo feriados. Ele foi projetado para ser uma alternativa mais rápida, barata e eficiente do que as transferências bancárias tradicionais, como TED e DOC
Quando o Pix foi criado?
O Pix foi lançado em 16 de novembro de 2020 pelo Banco Central do Brasil. O sistema foi desenvolvido como parte de uma série de iniciativas para modernizar o sistema financeiro do país e ampliar a inclusão financeira
Quais são as principais vantagens do Pix?
Agilidade: As transferências são concluídas em segundos, independentemente do dia ou horário.
Custo baixo: Em comparação com outros meios de pagamento como TED ou DOC, o Pix tem custos muito baixos ou até gratuitos para pessoas físicas.
Facilidade de uso: O Pix pode ser feito diretamente no aplicativo do banco, sem necessidade de intermediários ou aplicativos de terceiros.
Segurança: O sistema é seguro e oferece recursos como criptografia para garantir a proteção das transações.
O Pix funciona apenas no Brasil?
Não. Embora o Pix tenha sido criado para operar no Brasil, o sistema já está sendo adotado em outros países, como o Uruguai, Chile, México, Portugal, e agora os Estados Unidos, em parceria com empresas de pagamentos locais.
Quais são as diferenças entre o Pix e outros meios de pagamento no Brasil, como TED e DOC?
A principal diferença é a velocidade. Enquanto TED e DOC podem levar horas ou até dias para serem processados, o Pix realiza a transferência em segundos. Além disso, o Pix é disponível 24/7, ao contrário dos outros métodos que possuem restrições de horário.
O Pix tem algum custo para usar?
O Pix é gratuito para pessoas físicas em transações realizadas por meio de chaves Pix, como CPF, e-mail, ou número de telefone. No entanto, algumas transações específicas, como as realizadas por empresas ou para transferências internacionais, podem ter custos.
O Pix é seguro?
Sim, o Pix é seguro. Ele adota medidas de segurança avançadas, incluindo criptografia de ponta a ponta, autenticação de transações e monitoramento em tempo real. Além disso, o Banco Central tem feito auditorias regulares no sistema para garantir que ele se mantenha seguro.
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