Os preços da gasolina na Califórnia passam de US$ 4 por galão desde o inverno de 2018. Em meados de fevereiro de 2019, e ainda durante o inverno nos EUA, a mídia relatou que a alta ocorreu devido ao aumento dos preços do petróleo e culpam as políticas da OPEP e as sanções sanções do ex-presidente Trump sobre a indústria petrolífera iraniana.
É verdade que os preços globais do petróleo estão em ascenção há alguns anos nos. O índice internacional de petróleo, Brent, está, atualmente, em média US $ 110 por barril. No dia 26/05 atingiu o valor mais alto desde o final de março 2022, sinalizando mais gastos para os consumidores, saltando 2,8%, para US$ 117,25 o barril nas negociações recentes. Em um dia, o Brent chegou a ser negociado por US$ 117,39 por barril, a maior alta desde 28 de março. Mas essa não é a razão pela qual os preços da gasolina em Los Angeles, San Diego, São Francisco e na Califórnia como um todo sejam os mais altos da nação.
Aqui vamos explicar porque os preços do combustível não baixaram no estado nos últimos anos – diferentemente de outros lugares dos EUA. A Califórnia tem comprovadamente alguns dos preços mais altos da gasolina no país e um imposto instituído em 2019 de 12% por galão ainda dificulta mais a vida dos consumidores. O estado também tem alguns dos regulamentos mais rigorosos para a gasolina no país. Na prática, isso significa que pouquíssimas refinarias estão dispostas a produzir gasolina para esse estado.
Por muitos anos, a Califórnia também exigiu que a gasolina misturada de verão (summer-blend gasoline), que é mais cara para produzir e contém aditivos extras projetados para reduzir a poluição do ar no verão, fosse usada durante todo o ano. Assim, enquanto os preços da gasolina tipicamente caem em setembro (final do verão nos EUA), os californianos, em contrapartida, pagam mais caro pelo combustível.
Em 2012, quando os preços da gasolina estavam quebrando recordes, o governador Jerry Brown mudou os regulamentos para permitir que a gasolina misturada do inverno fosse vendida na Califórnia, numa tentativa de reduzir seus preços. Ainda assim, tanto as misturas de verão e inverno usadas na Califórnia são mais caras para produzir do que as usadas em qualquer outro estado.
Regulamentações ambientais estritas da Califórnia isolaram o mercado de gasolina de maior porte. Isso, por sua vez, elevou ainda mais os preços para os consumidores. Por exemplo, os custos de transporte para refinarias e as estações de serviço são mais altos porque a Califórnia não tem gasodutos interestaduais. Qualquer gasolina produzida por refinarias fora da Califórnia para uso do estado deve ser transportada por caminhão ou navio – ambos são mais caros.
A situação do combustível na Califórnia é, em grande parte, culpa da administração do próprio estado e seus preços exorbitantes não devem ser atribuídos à Venezuela, ao Irã, à Arábia Saudita, à OPEP ou ao presidente. Sim, os preços da gasolina na Califórnia são caros, e em alguns períodos do ano têm passado de US$ 6 por galão, mas os consumidores têm seus próprios impostos e regulamentações estaduais para culpar.
Existem muitos impostos estaduais da Califórnia sobre os preços da gasolina. Além disso, o estado é um dos seis estados que cobram imposto sobre vendas de gasolina. No final das contas, quem perde é sempre o consumidor.
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