Anualmente, os Estados Unidos vêm registrando um aumento expressivo na taxa de homicídios e diversos outros crimes violentos como roubos, arrastões, tiroteios, crimes de trânsito, ataques racistas, e muito mais. Alguns apontam a pandemia como um dos fatores que acentuaram os números, outros afirmam que as desigualdades, a crise econômica e o acesso fácil a armas, nos mais diversos estados do país, são facilitadores dos tristes números.
De acordo com o observatório Gun Violence Archive (GVA), de 1º de janeiro de 2021 a 15 de setembro, um total de 14.516 pessoas morreram em decorrência da violência armada no país. É 1.300 mais que no mesmo período em 2020, um aumento de 9%.
A onda de violência vem assustando diversos empresários e moradores de todas as regiões do país. Lojas das redes de varejo Target e Walgreens estão fechando unidades ou reduzindo seus horários de funcionamento na Califórnia devido ao aumento dos pequenos furtos de produtos de prateleiras, por exemplo.
De acordo com a Associação Comercial da Califórnia, a capital, Sacramento, Los Angeles e São Francisco estão entre as 10 cidades norte-americanas que mais registram esse tipo de crime. Em São Francisco, onde há mais registros da ação desses criminosos, muitas lojas que fechavam às 22h todos os dias agora estão baixando as portas entre 17h e 18h para diminuir os prejuízos com a ação de criminosos.
Crimes de trânsito estão aumentando desde 2018, em todos os estados do país. Brigas no trânsito que culminam em morte, conhecidos como “road rage”, alcançaram seu pico em 2020 nos Estados Unidos, com 403 mortos ou feridos por armas de fogo, de acordo com um relatório do Every Town for Gun Safety lançado no final de junho.
A organização sem fins lucrativos que luta contra a violência armada prevê que, a este ritmo, 2021 quebrará o recorde histórico, com cerca de 500 vítimas de violência nas estradas.
Os tiroteios em massa também estão aumentando. Até 15 de setembro de 2021 foram 498, ou uma média de 1,92 por dia, 15% mais que no ano passado. Em 2020, foram 611 tiroteios no ano inteiro e uma taxa de 1,67 por dia, segundo dados do GVA.
A pandemia, que introduziu muitas novas fontes de estresse na vida das pessoas, é um dos fatores apontados por diversos especialistas como causa do aumento expressivo dos números relacionados à violência.
Pesquisadores da área da psicologia relatam que as armas de fogo são um fator impulsionador dos números violentos de várias maneiras porque oferecem um mecanismo letal para descarregar a raiva. E as vendas de armas não para de crescer também.
Em 2020, os americanos compraram um número recorde de 23 milhões de armas de fogo – um aumento de 65% em relação a 2019, de acordo com a Small Arms Analytics (Saaf), uma empresa de consultoria com sede na Carolina do Sul. A National Shooting Sports Foundation estima que, entre aqueles que compraram armas em 2020, 8,4 milhões estavam comprando a sua pela primeira vez.
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