A saturação dos hospitais do condado de Los Angeles já acontece desde alguns dias antes do Natal devido ao elevado número de pacientes necessitando de atendimento médico para tratar a covid-19. O problema nas unidades de saúde ficou tão sério que fez com que as autoridades a tomassem medidas extremas.
A Agência Médica de Emergência do Condado de Los Angeles (EMS) emitiu uma nova diretriz para quem trabalha em ambulâncias para conservar oxigênio e não transportar pacientes para hospitais que após receberem RCP (ressuscitação cardiopulmonar) tenham poucas chance de sobreviver.
“Com efeito imediato, devido ao grave impacto da pandemia e uso da agência médica de emergência e o 911, pacientes adultos com parada cardíaca traumática e não traumática não devem ser transportados se não houver o retorno da circulação espontânea”, diz a medida.
Normalmente ambulâncias tentam ressuscitar o paciente e ele não é declarado morto até chegar ao hospital, mas em meio à crise pandêmica, sua morte pode ser declarada após tentativa de ressuscitá-lo. No entanto, os pacientes que sofrem parada cardíaca a caminho do hospital devem ser transportados, segundo o mesmo comunicado.
O documento ainda pede às equipes paramédicas que limitem o uso de oxigênio, reservando-o apenas para os pacientes mais necessitados. A disponibilidade de oxigênio se tornou um problema para hospitais na Califórnia, particularmente no condado de Los Angeles, onde, para se ter uma ideia, apenas no dia 04 de janeiro, 7.697 pessoas foram hospitalizadas por problemas relacionados ao coronavírus.
No estado dourado a situação é crítica. Ainda na segunda-feira (04), a Califórnia quebrou novo recorde de casos em um único dia com mais de 74.000 infecções confirmadas, o que acende o alerta vermelho no comparativo com 30 dias atrás quando a média era de 14.000 casos confirmados por dia.
De acordo com infectologistas, o condado de Los Angeles está num momento pior do que o início da pandemia. Isto porque o risco de infecção na primeira semana de janeiro está sendo cinco vezes maior do que na primeira semana de novembro (2020). Em uma conferência de imprensa, na terça-feira (05), a diretora de saúde pública do condado de L.A, Barbara Ferrer comentou “Suponha que este vírus mortalmente invisível esteja por toda parte procurando por um hospedeiro saudável, portanto não subestimem a covid-19 e procurem evitar exposição”.
O aumento exorbitante de casos também está afetando fortemente os profissionais de saúde da Califórnia, com milhares de testes dando positivos desde as últimas semanas de dezembro. Enquanto isso, a capacidade hospitalar nas regiões de vários condados do Sul da Califórnia e o de San Joaquin, no Norte da Califórnia, estão em 0%.
Com mais de 800.000 casos confirmados de coronavírus desde o início da pandemia, o condado de Los Angeles continua sendo o epicentro da crise na Califórnia. O número de infecções representa um terço do total confirmado no estado, onde até o dia 5 de janeiro foram registrados quase 2,5 milhões de casos.
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