Se você se interessa por cinema, provavelmente já se deparou com um dos trabalhos da atriz brasileira Sonia Braga. Considerada uma, se não a maior, figura da indústria cinematográfica e televisiva brasileira, a atriz trilhou uma notável carreira internacional, em especial, nos Estados Unidos. Nascida em Maringá, Paraná, sua jornada começou com desafios, mas seu talento inegável a impulsionou ao estrelato.
Sônia viu sua vida tomar um rumo inesperado aos 8 anos de idade, quando seu pai faleceu. Esse acontecimento desencadeou uma série de mudanças, incluindo sua mudança para São Paulo. Mas foi nessa cidade que sua jornada artística começou a florescer. Aos 14 anos, recebeu um convite que seria o pontapé inicial para sua carreira: participar de teleteatros e programas infanto-juvenis sob a direção de Vicente Sesso. Sua paixão pelas artes cênicas continuou a crescer, levando-a a integrar um grupo teatral e, aos 17 anos, estrear em diversas peças.
Os anos 1960 foram marcantes para Sônia Braga, pois marcam seu início tanto na televisão quanto no cinema. Desde então, sua presença artística só se consolidou. Participações em filmes como “O Bandido da Luz Vermelha” e “A Moreninha” abriram caminho para sua ascensão em telenovelas, como “Gabriela”, que a tornou uma figura reconhecida nacionalmente e lhe proporcionou o título de protagonista.
No entanto, foi seu papel em “O Beijo da Mulher Aranha” (1985) que a projetou internacionalmente. Contracenando ao lado de William Hurt, Braga demonstrou sua versatilidade e talento, mesmo em um contexto cultural e linguístico diferente. O filme, baseado no romance de Manuel Puig, não apenas recebeu aclamação crítica, mas também a levou a ser reconhecida em Hollywood.
Apesar do sucesso, Braga admitiu ter enfrentado desafios ao migrar para produções em língua inglesa. “Às vezes, eu dizia uma fala e me perguntava: O que significa isso?, agora me sinto muito mais segura”, chegou a mencionar em uma entrevista ao Los Angeles Times.
Esses obstáculos não a impediram de continuar sua carreira de forma notável. Participações em filmes como “Rookie: Um Profissional do Perigo” (1990) e colaborações com diretores renomados, como Clint Eastwood, solidificaram sua posição. Em 1987, Sônia Braga se tornou a primeira brasileira a apresentar uma categoria no Oscar, marcando sua presença não apenas como uma talentosa atriz, mas também como uma representante de seu país no cenário cinematográfico internacional.
Nos anos 2000, Braga expandiu seu alcance para o mundo das séries de TV americanas e participou da série “Sex and the City”. O mais recente trabalho nos Estados Unidos e nas telonas de Sônia Braga é o filme “Casamento Armado” (2023), onde ela assume o papel de mãe de Jennifer Lopez, num contexto mais voltado para a comédia, contracenando também com Lenny Kravitz.
Morando nos Estados Unidos desde a década de 80. A atriz esteve no Brasil apenas para gravar participações em duas novelas da Globo, sendo “A força de um desejo” (1999) e “Páginas da vida” (2006) e o filme “Bacurau” (2019).
Recentemente, em 2020, até o The New York Times reconheceu a grandeza de Sonia Braga. Ela ocupou a 24ª posição em uma lista que incluía os 25 maiores atores e atrizes do século 21, superando Gael García Bernal. Seus papeis em “Aquarius” e o já mencionado “Bacurau” foram especialmente elogiados por sua habilidade em dar vida a personagens complexos e cativantes.
Para finalizar, podemos pontuar que a atriz pode ser considerada como a pioneira entre os brasileiros que tentam uma carreira internacional de cinema e televisão nos Estados Unidos. Ela serve de inspiração para aqueles que buscam seguir seus passos, como é o caso de Wagner Moura, que está atualmente trilhando esse caminho, e Rodrigo Santoro, há alguns anos.
Facebook Comments