A gigante do varejo americano, Target, anunciou recentemente o fechamento de nove de suas lojas em várias cidades dos Estados Unidos, incluindo Nova York e São Francisco. A decisão foi tomada em resposta a crescentes problemas de segurança, como roubos, em diversas lojas do país, representando um movimento ousado em meio à crescente preocupação da indústria varejista.
Em um artigo anterior, já discutimos sobre como a onda de crime impactou, inclusive, lojas de luxo em shoppings americanos. Incidentes foram registrados em toda a Califórnia, incluindo um roubo de mais de US$ 400 mil em mercadorias de uma loja Yves Saint Laurent, em Glendale, e o roubo de diversas bolsas Gucci de uma Bloomingdale’s , em Westfield Century City.
O anúncio da Target, feito em 25 de setembro de 2023, marca um ponto de virada significativo para a empresa, com quase 2 mil lojas em todo o país. As lojas que serão fechadas incluem uma localizada no bairro de Harlem, em Nova York, duas em Seattle, três na região de São Francisco-Oakland e três em Portland, Oregon. O encerramento definitivo dessas lojas está programado para o dia 21 de outubro.
Em comunicado à imprensa, a Target declarou: “Não podemos continuar operando essas lojas devido ao roubo e ao crime organizado no varejo, que ameaçam a segurança de nossa equipe e clientes, além de contribuir para um desempenho empresarial insustentável”.
Comércio dos EUA prejudicado
A Target não é a única varejista a enfrentar esses desafios. O crime organizado no varejo tem sido uma preocupação crescente em toda a indústria. O roubo nas lojas tem causado perdas substanciais, afetando negativamente a lucratividade das empresas. As perdas totais da Target, em decorrência desse problema, são esperadas para este ano e podem ultrapassar US$ 500 milhões em comparação com o ano anterior.
“Ao fechar essas lojas, não estamos apenas protegendo nossos ativos, mas também priorizando a segurança de nossa equipe e clientes”, enfatizou a empresa.
A decisão da Target de fechar lojas e apontar diretamente a causa para a onda de crimes tem sido elogiada. A empresa destaca a necessidade urgente de enfrentar esse problema em todo o setor de varejo. Além do fechamento de lojas, a Target está se juntando a outras empresas e associações comerciais em um esforço para advogar por reformas legislativas que abordem o crime organizado no varejo.
A varejista se junta a uma lista crescente de outras empresas que tomaram a difícil decisão de fechar lojas em grandes cidades. Walmart, Nordstrom e Walgreens Boots Alliance estão entre as empresas que também enfrentaram desafios semelhantes. A Nordstrom, por exemplo, fechou sua loja principal em San Francisco e uma filial da Nordstrom Rack na cidade neste verão, após mais de 35 anos de operação.
Legislações contra os criminosos
Uma dessas reformas inclui a Lei Inform, que exige que os mercados online divulguem a identidade de vendedores de alto volume para desencorajar a venda de produtos roubados e falsificados. Além disso, os varejistas e associações comerciais estão pressionando pela aprovação do projeto de lei “Combating Organized Retail Crime Act”.
Desde 2022, pelo menos nove estados, sendo seis apenas este ano, aprovaram leis destinadas a impor penalidades mais rigorosas para os crimes organizados no varejo. O poder coletivo das empresas de varejo e suas associações tem sido crucial na elaboração e aprovação dessas leis.
Facebook Comments