Com a chegada de uma “megadécada” de eventos internacionais — que inclui a Copa do Mundo FIFA de 2026, os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Los Angeles em 2028, a Ryder Cup de 2025 e as celebrações dos 250 anos da independência americana, os Estados Unidos enfrentam um desafio urgente: modernizar seu sistema de viagens e infraestrutura aeroportuária, que especialistas consideram atualmente obsoleto, lento e burocrático.
Segundo um novo relatório da Comissão para Viagens Seguras e Ininterruptas — iniciativa vinculada ao Departamento de Viagens dos EUA —, se medidas imediatas não forem adotadas, o país poderá enfrentar filas intermináveis, atrasos em aeroportos, sobrecarga nos processos de imigração e problemas de segurança, frustrando milhões de visitantes e prejudicando seriamente a imagem internacional dos EUA.
A estimativa da comissão é clara: mais de 40 milhões de visitantes internacionais devem chegar ao país somente em função desses eventos, movimentando aproximadamente US$ 95 bilhões na economia americana. A US Travel Association, entidade sem fins lucrativos que representa o setor, vê nesse momento uma oportunidade histórica — mas que exige ação imediata.
O relatório traça um retrato preocupante do atual sistema de viagens nos Estados Unidos. Entre os principais problemas destacados estão:
- Tecnologia de controle de tráfego aéreo ultrapassada, com sistemas que ainda operam com base em infraestrutura da década de 1980;
- Falta de modernização nos protocolos de triagem da TSA (Administração de Segurança no Transporte), que geram filas longas e processos demorados para passageiros e bagagens;
- Escassez crítica de controladores de tráfego aéreo, um problema agravado pela falta de incentivo para formação e pela alta rotatividade;
- Processamento de vistos lento, com filas que podem durar meses em consulados de diversos países, prejudicando o turismo internacional;
- Baixo uso de tecnologias biométricas que poderiam acelerar e tornar mais segura a identificação de viajantes;
- Insuficiência de agentes da alfândega e imigração, o que causa gargalos no desembarque de voos internacionais.
Segundo Geoff Freeman, CEO da US Travel Association, “o status atual do sistema de viagens dos EUA está aquém do necessário para sustentar a crescente demanda global”. Ele afirma que “o sucesso não virá de pequenas correções ou reformas graduais. Serão necessárias ações ousadas, e essas ações precisam começar agora.”
O relatório propõe um conjunto de reformas estruturais e tecnológicas, a serem coordenadas entre governo federal, setor privado e autoridades estaduais. Entre as principais recomendações estão:
- Criação de uma força-tarefa da Casa Branca para coordenar os esforços de modernização em todos os níveis do governo federal;
- Agilização no processamento de vistos, com aumento do quadro consular, extensão da validade dos vistos B-1/B-2 e a criação de um programa de “Parceria para Viagens Seguras”.
- Investimentos massivos em tecnologia de triagem nos aeroportos, permitindo, por exemplo, que passageiros passem pela segurança com líquidos e eletrônicos dentro das bagagens;
- Fortalecimento da infraestrutura fronteiriça, com mais agentes alfandegários e tecnologia de ponta para garantir um fluxo seguro e eficiente.
Impactos esperados
A US Travel Association estima que, se as recomendações forem implementadas, os EUA poderão conquistar uma oportunidade econômica de mais de US$ 100 bilhões até 2028, não apenas pelo turismo direto, mas também pelo impacto indireto em setores como hotelaria, aviação, varejo, alimentação e entretenimento.
“Essa é uma chance única em uma geração de transformar a forma como o mundo viaja para os Estados Unidos. Mas a janela para agir está se fechando”, disse Freeman.
A organização também alerta que, caso as reformas não avancem com urgência, o país corre o risco de:
- Afastar viajantes internacionais, que podem optar por destinos com entrada mais fluida e eficiente;
- Prejudicar sua imagem global como anfitrião de grandes eventos;
- Desperdiçar uma chance única de impulsionar o crescimento econômico em um momento estratégico de visibilidade internacional.
Comparações globais
Muitos dos concorrentes dos EUA no turismo global já estão adotando medidas semelhantes. Países como o Canadá, Emirados Árabes, Japão e Cingapura estão investindo em controle de fronteiras inteligentes, check-ins automatizados e sistemas integrados de vistos digitais.
Enquanto isso, os EUA ainda enfrentam gargalos operacionais e tecnológicos que limitam sua competitividade. Para Freeman, “os concorrentes globais estão se movendo rapidamente — na maioria dos casos, muito mais rápido do que os Estados Unidos”.
Com menos de dois anos até a Copa do Mundo e três anos até as Olimpíadas, o tempo é curto. A US Travel Association faz um apelo claro: ações imediatas e coordenadas são necessárias para evitar um colapso no sistema de viagens e garantir que os EUA estejam preparados para receber o mundo.
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