A “Black Friday” é uma novidade no Brasil, afinal ele apareceu no país há apenas 10 anos. Nos Estados Unidos, por outro lado, o evento é uma tradição de várias décadas e acontece na sexta-feira após o Dia de Thanksgiving celebrado pelos americanos para agradecer, ficar em família e comer numa mesa farta.
Justamente, no dia seguinte a essa celebração, na sexta, existe um dia para descansar depois da “festa e fartura”, e, assim, surgiu a “Black Friday”, uma jogada comercial, para incentivar essa sexta-feira imprensada para os americanos.
Como no Brasil esse dia de “promoção e corrida as compras” chegou por importação, muitos brasileiros ainda não sabem de onde surgiu a ideia e, com esse artigo, vamos explicar um pouco mais sobre como surgiu e o seu significado.
Existem três teorias sobre a origem da Black Friday e nenhuma tem a ver diretamente com uma iniciativa dos comerciantes. A primeira explicação é um tanto sombria. Em 1869, o termo “Black Friday” foi usado pela primeira vez depois que dois acionistas de Wall Street compraram grandes quantidades de ouro dos Estados Unidos com o objetivo de vender por preços bem maiores. Porém, em setembro daquele ano, em uma sexta-feira, o mercado de ouro quebrou, deixando muitos investidores e empresas de Wall Street falidos. Então, o “black” foi adicionado àquela “friday” para se referir à crise que aconteceu na data.
Para a American Dialect Society, que estuda o desenvolvimento da língua inglesa nos EUA, o uso mais antigo da expressão “Black Friday” é de 1951, quando o periódico mercantil Factory Management and Maintenance se referiu à onda de faltas dos empregados, que inventavam doenças para emendar o feriado com o sábado e o domingo.
Como ironicamente descreveu a circular, “a síndrome da sexta-feira após o Dia de Thanksgiving é uma doença cujos efeitos adversos só são superados pelos da peste bubônica”. Pelo menos é assim que se sentem aqueles que têm de trabalhar quando chega a “sexta-feira preta” (Black Friday, em inglês). A loja ou estabelecimento pode ficar meio vazio e todo ausente estava doente.
A expressão começou a ganhar o significado que conhecemos hoje nos anos 1960. É comum que datas próximas ao Thanksgiving sejam marcadas por partidas de futebol americano. No sábado seguinte ao feriado, na Filadélfia, acontecia um clássico do futebol americano universitário, entre o time da Academia do Exército Americano (Army Black Knights) e o da Academia da Marinha (o Navy Midshipmen).
Ainda na sexta, a cidade ficava lotada de gente, já que pessoas de todo o país vinham para o evento. O trânsito virava um caos e os policiais não tinham descanso. Frustrados, eles começaram a se referir à data como Black Friday. Quem ficava feliz da vida com a cidade lotada eram os comerciantes. Eles aproveitavam o movimento para fazer promoções e atrair os clientes. Inclusive, os comerciantes tentaram mudar o nome do evento para “Big Friday”, para tentar dar um ar mais alegre, mas não colou.
Mas não tem problema. Naturalmente, o nome “Black Friday” ganhou uma conotação positiva. Na época, os comerciantes anotavam os lucros e prejuízos das lojas à mão. A tinta vermelha era para os prejuízos e a preta, para os lucros. Assim, surgiu no inglês a expressão “to be in black”, equivalente ao “ficar no azul” ou “sair do vermelho” em português”. Então, a sexta-feira depois do dia de Thanksgiving (ou ação de graças se formos traduzir para o português) passou a ser vista como uma oportunidade para que os lojistas vendessem mais, e “entrassem no preto”.
A tradição tinha começado, mas ficou restrita à Filadélfia até os anos 80. Sim, só em meados dos anos 90 é que a expressão e a prática comercial se popularizaram pelo resto dos Estados Unidos. Hoje, o evento é uma ferramenta de marketing muito útil para alavancar as vendas no país do Tio Sam – e muitos países começaram a copiar a ideia ao redor do mundo, como no Canadá e México (vizinhos dos EUA), em países da Europa e Ásia e, claro, no Brasil.
Mas nos Estados Unidos A “Black Friday” acontece um dia após um feriado nacional importante. E, geralmente, 90% dos patrões concedem folga aos funcionários no dia após o Thanksgiving – essa sexta-feira imprensada para os americanos e que também dá início à temporada de compras para o Natal. Em outras palavras, a partir da noite de celebração de Thanksgiving e da manhã de correria para as compras até o dia 24 de dezembro, se considera a melhor temporada no que se refere à venda e compras de vários produtos e serviços.
Se for buscar promoções em lojas e shoppings, dique atento na hora de fazer suas compras e tenha cuidado com roubos e furtos.
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