Dez brasileiros estão presos e outros nove estão foragidos e na mira de autoridades federais americanas. Se condenados, eles podem pegar até 20 anos de prisão ou 3 anos de liberdade supervisionada com uma multa de US$250 mil.
A acusação é a de criar contas fraudulentas de motoristas de várias empresas de serviço de entrega e compartilhamento de caronas usando identidades roubadas. Além de fraudar, eles alugam e vendem essas contas para motoristas não qualificados.
Os acusados são brasileiros que residem nos estados de Massachusetts, Flórida e Califórnia. O suposto esquema também envolvia o uso de contas fraudulentas para explorar os programas de bônus das empresas e o uso de “bots” automatizados e tecnologia de falsificação de GPS para aumentar a receita. As autoridades americanas estimam que as identidades de mais de 2000 vítimas foram roubadas e usadas como parte do esquema.
A acusação veio à tona no último dia 07/05, pelo U.S. Justice Department. “O esquema já existe há um tempo e viola a privacidade do cliente e ainda permiti que motoristas não qualificados trabalhem em serviços de aplicativos como o uber e outros de entrega de comida”, disse o procurador da União, Nathaniel R. Mendell. “Os acusados, ao fazerem as entregas, aproveitam para roubar as identidades de clientes e usá-las para fraudar contas. Essas contas fraudadas eram usadas por motoristas não qualificados e não elegíveis para trabalhar nos Estados Unidos por motivos de visto ou outros antecedentes. Isso é ilegal”, complementou o procurador da União.
O processo, que segue na justiça, mostra que o esquema fraudulento existe há pelo menos dois anos, de janeiro de 2019 a abril de 2021. A criação e distribuição de contas falsas atinge pelo menos cinco empresas de compartilhamento de caronas diferentes.
Ainda segundo as autoridades, os acusados supostamente usaram “bots” e tecnologia de spoofing de GPS para explorar os sistemas dessas empresas de transporte. Um “bot” é um aplicativo de software que executa tarefas automatizadas na Internet. A tecnologia de falsificação de GPS permite que um usuário forje sua localização. Como resultado, formulários 1099 do IRS (Internal Revenue Service ou Receita Federal americana) foram gerados em nome das vítimas para gerar renda para quem fraudava as contas.
Várias agências governamentais americanas estão envolvidas na investigação. Além do FBI, colaboraram diversos departamentos de polícia de diferentes condados do país, o Departamento de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA e Serviço de Inspeção Postal Americano, o Escritório Nacional de Seguro Criminal, e o Departamento de Crimes Cibernéticos.
Facebook Comments