No domingo (25), ocorreu o encerramento da 13ª edição do Los Angeles Brazilian Festival — que este ano aconteceu online devido à pandemia do novo coronavírus – com uma triste notícia: o anúncio do fim das atividades do festival que, desde 2008, foi responsável por conectar os mercados americano e brasileiro.
O anúncio foi feito durante a cerimônia de premiação realizada na plataforma Filmocracy, que abrigou a versão 2020 do evento. “Foi a decisão mais difícil da minha vida. O LABRFF é um filho pra mim, e eu dediquei os últimos treze anos a ele. Mas só quem realiza um evento do porte do LABRFF sabe da luta que é, e nunca vivemos de maneira tão intensa a falta de valorização, de incentivo e de prestígio à cultura. É uma discussão ampla, mas o resumo é que não dá para seguir assim”, lamentou Meire Fernandes, fundadora do evento.
O festival, que já exibiu mais de 800 títulos e premiou mais de 300 profissionais do cinema, hoje não tem recursos para seguir com o trabalho que vem sendo realizado. Este ano, por exemplo, uma campanha de financiamento coletivo foi realizada, mas apenas 1% da meta foi arrecadada.
Ainda em seu discurso na cerimônia de encerramento, a fundadora do LABRFF afirmou que a decisão vinha sendo pensada há anos. “Para chegarmos neste momento, a diretoria do festival vem discutindo muito o assunto nos últimos anos. Nós contamos nos dedos os apoiadores do festival, e quero registrar a nossa gratidão a cada um deles, mas o suporte recebido não é suficiente. Ano após ano, temos colocado dinheiro dos nossos bolsos por acreditar nos resultados positivos do LABRFF. Mas qual o sentido de continuarmos dessa forma?”, questionou Meire Fernandes.
O Los Angeles Brazilian Film Festival teve anos promissores integrando a sétima arte entre Brasil e Estados Unidos. Logo nas primeiras edições do LABRFF, as presenças de nomes brasileiros em ascensão nos EUA, como do ator Rodrigo Santoro e do diretor Fernando Meirelles (Cidade de Deus), além de astros consagrados em Hollywood, como o ator Dustin Hoffman, já demonstravam que a troca de experiências entre os profissionais dos dois países seria promissora. Mas os resultados gerados ao longo de 12 anos desde a fundação surpreenderam. As conexões feitas entre os intervalos das sessões renderam muitas histórias ao longo de mais de uma década.
Em 2020, o Los Angeles Brazilian Film Festival inovou e se adaptou às necessidades diante da pandemia do novo coronavírus. A 13ª edição do evento foi realizada entre os dias 21 e 25 de outubro na plataforma Filmocracy, que apresentou uma vivência do festival quase que presencial. A Filmocracy funciona como um serviço de streaming avançado, com catálogo de filmes, teatros virtuais com as salas de cinema, além das salas de reuniões e palestras, onde os participantes puderam acompanhar discussões e debates por meio de videoconferências.
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