O furacão Michael atingiu o Noroeste da Flórida no auge de sua força na noite de quarta-feira (10), numa faixa de 50 quilômetros entre a cidade de Panama City e a pequena localidade de Mexico Beach, a cem quilômetros da capital do estado, Tallahassee.
Um dia após devastar o local chegando numa categoria 4 (de um máximo de 5) na escala Saffir-Simpson, os esforços das autoridades se concentra, nesta quinta-feira (11), em achar e resgatar os possíveis afetados pelas catastróficas inundações e ventos de até 250 km/h.
De acordo com governador do estado, Rick Scott, “o furacão Michael é a pior tempestade jamais vista” e, de acordo com autoridades, entrou para as listas das maiores tempestades nos EUA desde que há registros, há mais de 100 anos: é o 3.º mais intenso a atingir o território norte-americano; o mais forte que chegou à zona Noroeste da Flórida; e o 6.º mais intenso em termos de velocidade dos ventos.
Ainda no início desta quinta-feira, Scott já tinha antecipado que a destruição é “inimaginável”, mas que este não é o momento de realizar uma avaliação de danos, e sim de realizar um “esforço em massa” por terra, mar e ar para buscar e resgatar afetados.
Até o momento foram registradas duas mortes: um homem na Flórida e uma menina de 11 anos na Geórgia. No primeiro caso, o homem morreu devido à queda de uma árvore sobre sua casa, enquanto a menor de idade perdeu a vida ao ser atingida na cabeça por uma estrutura de metal que atravessou o telhado da casa onde morava.
Mais de 370 mil pessoas receberam ordens para deixar a Flórida, mas as autoridades temem que muitos tenham ignorado o alerta. A cidade costeira de Apalachicola registrou a ocorrência de uma onda de quase 2,5 metros.
“Há tantas linhas de transmissão e árvores derrubadas que é quase impossível atravessar a cidade”, disse o prefeito Van Johnson, segundo a agência de notícias Reuters.
Imagens de Mexico Beach, por onde o furacão entrou, mostram muitas casas submersas. Houve ainda sérios danos a edifícios na região de Panama City.”Estamos aflitos”, afirmou Timothy Thomas, que enfrentou a tempestade com a esposa em Panama City, à agência de notícias Associated Press.
Apesar de a velocidade dos ventos ter diminuído de forma considerável da madrugada de quarta-feira para esta quinta-feira, milhares de pessoas foram realojadas em ginásios e outras instalações provisórias nos três estados atingidos, como forma de prevenção contra a possibilidade de inundações.
De acordo com o Centro Nacional de Furacões (NHC, em inglês), os ventos da tempestade caíram para 96 km/h no início da manhã desta quinta-feira. O instituto alertou ainda que as comunidades no noroeste da Flórida e na Carolina do Norte enfrentam ameaça de inundações com risco de morte, à medida que a água se desloca da costa para o interior.
O que torna a situação mais séria é o fato de os estados da Carolina do Norte e Carolina do Sul ainda estarem se recuperando das inundações provocadas pelo furacão Florence, há apenas um mês, que provocou 30 mortes de forma direta e 23 de forma indireta, e prejuízos superiores a 38 mil milhões de dólares – foi o sexto mais dispendioso de que há registros nos EUA.
De acordo com o último boletim do Centro Nacional de Furacões (NHC), Michael prossegue pelo interior do país e já está na fronteira entre Carolina do Sul e Carolina do Norte, onde deixa fortes chuvas e ventos de até 85 km/h. A tendência é que saia para o Oceano Atlântico na madrugada.
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