2021 trouxe um alerta climático à Califórnia: este foi o ano mais seco, em termos de precipitação, em um século. Especialistas da área da meteorologia temem que 2022 possa ser ainda pior.
O Western Regional Climate Center descobriu que apenas um total de 11,87 polegadas de chuva e de neve caíram na Califórnia no “water year” em 2021. Water year ou “ano hidrológico” é um termo usado em hidrologia para descrever um intervalo de tempo de 12 meses em que são medidos os totais de precipitação. Em 2021 esse período acabou em 30 de setembro. 11,87 polegadas é metade do que os especialistas consideram média durante um “ano hidrológico” na Califórnia: cerca de 23,58 polegadas. A última vez que o estado relatou tão pouca chuva e neve foi em 1924!
Em agosto de 2021, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas – IPCC – das Organizações das Nações Unidas publicou um relatório assustador detalhando os dados científicos mais recentes sobre o aquecimento global. Foi descoberto, entre outras coisas, algo que não mais novidade já alguns anos: o derretimento do gelo e o aumento do nível do mar já estão se acelerando e que os humanos são os grandes responsáveis pelo aquecimento da Terra.
Enquanto refletimos sobre a seca e as mudanças climáticas e ambientais, gostaríamos de dar alguns exemplos dos perigos que os animais enfrentam ao lidar com essas aceleradas mudanças no clima. O exemplo a seguir mostra que quando um organismo é afetado, outros também enfrentam as consequências.
Os salmões filhotes estão morrendo aos milhares em um rio da Califórnia. No início deste ano, a Associated Press relatou que as mortes no rio Klamath, no norte do estado, estão sendo causadas por baixos níveis de água devido à seca. Isso fez com que um parasita se desenvolvesse na região e matasse os peixes. A consequência: uma tribo nativa americana foi devastada devido à sua dieta e tradições estarem ligadas aos peixes. A queda vertiginosa da pesca já levou à disparada dos preços de varejo do salmão, prejudicando os clientes que afirmam não poder mais pagar US $ 35 por quilo de peixe.
Outro impacto curioso da mudança climática é o aparecimento de cobras cascavéis fora de seu habitat natural. “Elas estão desesperadas por água”, afirmou Emily Taylor, bióloga especialista em répteis da Universidade Cal Poly, ao San Luis Obispo Tribune. As cascavéis são de sangue frio e, portanto, dependem de seus arredores para manter a temperatura corporal. O que acontece quando as temperaturas sobem? Um clima um pouco mais quente se reflete em mais horas durante o dia – quando as cobras estão aproveitando sua temperatura preferida. O tempo quente e o dia mais “longo” também significa uma temporada de reprodução mais longa, disse Breanna Putman, bióloga da Cal State San Bernardino, indicando que mais cascavéis podem nascer anualmente. Isso significa que em breve poderemos ver mais répteris interagindo com humanos, relatou à Newsweek.
O relatório do IPCC às Organizações das Nações Unidas ainda afirmou que cada uma das últimas quatro décadas foi sucessivamente mais quente do que qualquer outra década que a precedeu desde 1850. E o pior, a temperatura vai continuar a subir até meados deste século em todos os cenários projetados para as emissões de gases de efeito estufa.
A mudança climática já impactou todas as regiões da Terra. Não estamos apenas quebrando recordes de aquecimento e outros impactos, mas o mundo em que vivemos hoje não tem paralelo recente. E enquanto não houver um olhar atento e consciente para com a responsabilização das mudanças climáticas quem irá sofrer as consequências? Todos nós. Seres humanos, animais, plantas e demais ecossistemas.
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