Por Lívia Caroline Neves
“O primeiro beijo dado foi o sutil Sopro Vital do Criador que, com amor, através da Respiração Divina, nos deu o Sublime Beijo criando nossas almas e nossas vidas”. (Gn. 2:7).
Na Suméria (região da antiga Mesopotâmia, hoje Ásia), as pessoas costumavam enviar beijos para os céus, endereçados aos deuses. Na antiguidade, o beijo materno de mãe para filho era bem comum. Entre gregos e romanos, era normal entre todos os membros de uma família e, entre amigos bastante íntimos ou ainda entre guerreiros no retorno de um combate, muitas vezes com conotação erótica. Os gregos, aliás, adoravam beijar.
No entanto, foram os romanos que o difundiram. Para explanar sobre o beijo, o latim tem três palavras distintas: osculum: beijo na face; basium: beijo na boca; e, saevium: beijo leve com ternura. Já na teoria da evolução das espécies, o inglês Charles Darwin (1809-1882), afirma que a origem desta carícia é mais antiga. Segundo este naturalista, trata-se de uma sofisticação das mordidas trocadas por macacos nos seus ritos pré-sexuais.
Há também a tese de que seria uma evolução das lambidas que o homem pré-histórico dava no rosto dos companheiros para suprir a necessidade de sal de seu organismo. Ou ainda, um ato de amor das mães na época das cavernas que sem utensílios para cortar os alimentos mastigavam a comida antes de depositar na boca dos seus bebês. Na Idade Média, era visto como uma forma de “selar acordos”; com a boca fechada, os homens se beijavam com firmeza, pois o toque leve demonstrava traição. Com o tempo, foi perdendo a força devido às pestes que dizimavam a população.
Dizem também que tudo tem a ver com as etapas do desenvolvimento psíquico. Freud começa pelo que chama de “fase oral”, o período que dura até um ano de idade no qual a mãe dá de mamar ao bebê. Nesse período, todas as sensações de gratificação estão associadas à boca. A criança aprende que tocar algum objeto com os lábios proporciona uma sensação calmante e agradável.
“Beijando, o adulto procura reviver uma experiência prazerosa da primeira infância”. O beijo de língua reproduz a amamentação ao mobilizar o paladar e o olfato e incluir movimentos de sucção. Teorias ou teses, se são verdades ou não, não sabemos, mas temos certeza de uma coisa, beijar é bom demais e é o ponto de partida de qualquer relacionamento.
O beijo é a união de dois lábios que se amam, é o princípio, o fim, a despedida de um amor, a chegada de um novo romance. É o espelho da alma quando reflete verdadeiramente o afeto que dedicamos a alguém. Muitas vezes é a despedida que nunca se esquece porque deixa nos lábios a delícia de outros lábios. O beijo é a palavra não dita, mas vivida pelos lábios e abençoada pelas lágrimas. O coração dispara, o corpo se aquece, a pressão arterial aumenta. É um ingrediente extra que favorece o prazer.
Roubado, desejado, aguardado, conquistado, apaixonado. Há quem garanta que para as mulheres, o primeiro beijo é inesquecível. Para os homens, o último. Será? A verdade é que ninguém fica indiferente a um beijo. Vinte e quatro mil! Este é o número mínimo de beijos que trocamos no decorrer de nossas vidas.
Além de ser prazeroso, o beijo traz uma série de benefícios físicos e emocionais. O beijo envolve os cinco sentidos; aciona 29 músculos, provoca a pressão de até 12 quilos de um rosto contra o outro, e acelera o ritmo cardíaco de 60 a 150 batidas por minuto.
Esse bombeamento sanguíneo aumenta a oxigenação das células, estimula as funções circulatórias, diminui a insônia e as dores de cabeça. Produz uma forte descarga de adrenalina e fortalece os pulmões. A cada beijo de língua, trocam-se 250 bactérias junto com a saliva, o corpo queima 12 calorias e a produção de hormônios aumenta. O nível de serotonina, substância química que dá a sensação de euforia e relaxamento, cresce.
Melhor que pensar nas qualidades do beijo, só mesmo praticando, por isso beije, beije bastante. Beijar na boca acalma, ajuda a liberar sentimentos reprimidos, reduz o complexo de rejeição e alivia o estresse. E o melhor é que tudo acontece em questão de instantes!
Tipos e significados de alguns beijos:
- Beijo na mão: Eu te adoro
- Beijo na bochecha: Eu só quero ser um amigo
- Beijo no pescoço: Eu te quero
- Beijo nos lábios: Eu te amo
- Beijo nas orelhas: Eu só estou fazendo joguinho
- Beijo de esquimó: O casal esfrega seus narizes simultaneamente, da esquerda para a direita.
- Beijo francês: Os amantes colam os lábios nas bochechas um do outro e fazem um movimento circular com a língua. Conhecido como “beijo de língua”.
- Beijo chinês: Conhecido também como “beijo estalado”. Colam-se os lábios e o nariz na bochecha do parceiro, respira-se o seu perfume e em seguida, estala-se a boca com um beijo sonoro.
- Beijo de amigos: Conhecido como selinho. Consiste em apenas se fazer biquinho e um estalo com os lábios.
Seja qual for o tipo, beijar é maravilhoso. Já beijou hoje?
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