Milhares de brasileiros foram às ruas em todos os estados do Brasil no domingo (4). Os protestos eram contra a corrupção e em defesa da Operação Lava Jato. Também miraram os presidentes do Senado e da Câmara. Os protestos se espalharam por 82 cidades em todos os estados e no Distrito Federal.
Apesar do intenso apoio midiático e da estrutura de convocação pelas sociais, os atos do domingo tiveram queda significativa de mobilização. A Polícia Militar e organizadores não divulgaram contagem exata de número de participantes, mas, por exemplo, na Avenida Paulista se reuniram aproximadamente 15.000 pessoas. Em comparação à manifestação de 2015, em que aproximadamente 135.000 ocuparam a avenida, nota-se a real queda no número de participantes nos protestos.
Renan Calheiros, presidente do Senado, que é réu no STF por crime de peculato desde a última semana de novembro, foi o principal alvo das manifestações, que também pediram a saída do presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
O protesto foi convocado por grupos pró-impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff, como o Vem Pra Rua e Movimento Brasil Livre. Segundo seus organizadores, a mobilização foi organizada depois que a Câmara aprovou, na calada da noite da madrugada da quinta-feira (01/12), mudanças no pacote de medidas de combate à corrupção.
A primeira das mudanças foi a inclusão da previsão de punir por crime de abuso de autoridade magistrados, procuradores e promotores. Tanto a magistratura como membros do Ministério Público interpretaram a iniciativa como tentativa de intimidar a força-tarefa da Lava Jato. Após reação negativa de grande parte do Judiciário, inclusive da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, Maia saiu em defesa da soberania da Câmara.
A maior parte dos cartazes durante as manifestações do domingo e as palavras de ordem foram direcionadas a Renan. Os manifestantes pediam a saída imediata do presidente do Congresso, rechaçavam a votação do projeto que muda a Lei de Abuso de Autoridade, agendada para a próxima terça-feira, 06, e pediam agilidade do STF nas ações contra o peemedebista.
Renan é investigado em nove inquéritos ligados à Lava Jato, fora a ação penal por peculato acolhida na última semana. Em contrapartida, não houve registros de manifestações direcionadas a Michel Temer.
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