Uma nova pesquisa científica da Northeastern University, divulgada em fevereiro de 2025, reforça que dançar pode trazer os mesmos benefícios à saúde que correr ou praticar outras formas tradicionais de exercício físico.
“Você não precisa necessariamente de música, nem de treinamento ou professor. Qualquer pessoa pode dançar onde estiver e obter uma boa dose de atividade física que vai melhorar, e muito, a saúde e a qualidade de vida”, explica Aston McCullough, professor assistente do Departamento de Fisioterapia, Movimento Humano e Ciências da Reabilitação da universidade.
Embora os benefícios da dança sejam conhecidos há tempos, como a melhora da saúde cardiovascular, do equilíbrio, da flexibilidade e do bem-estar psicológico, McCullough destaca que os estudos anteriores focavam principalmente em estilos específicos, como balé ou hip-hop, e não analisavam a intensidade da chamada dança livre, praticada de forma espontânea e sem coreografia.
A pesquisa envolveu cerca de 50 participantes, com idades entre 18 e 83 anos, e com níveis de experiência em dança variando de zero a 56 anos. Eles foram convidados a dançar livremente em sessões de cinco minutos, em níveis de esforço moderado e vigoroso definidos por eles mesmos, com ou sem música escolhida.
Durante os testes, foram monitoradas a frequência cardíaca, a percepção de esforço e os níveis de oxigênio. Os resultados revelaram que, independentemente do local, seja em uma festa, em casa ou até no escuro, dançar eleva significativamente a frequência cardíaca, caracterizando-se como um exercício físico eficaz.
O estudo foi publicado na revista científica PLOS ONE. Segundo os pesquisadores, os resultados são animadores porque mostram que a dança conta para o cumprimento das recomendações do Escritório de Prevenção de Doenças e Promoção da Saúde dos EUA. O órgão recomenda que adultos pratiquem pelo menos 150 minutos de atividade física moderada, ou 75 minutos de atividade vigorosa por semana, ou ainda, uma combinação das duas.
“As pessoas podem dançar sem sair de casa, ou até mesmo sem sair da cadeira”, afirma o pesquisador McCullough. “Por isso, estamos entusiasmados com os benefícios da dança para todas as pessoas. Seja qual for a sua forma preferida de dançar, o importante é garantir que haja espaço suficiente ao redor para se movimentar com segurança.”
Ainda assim, o especialista destaca que dançar pode não ser um exercício completo por si só. A mesma entidade de saúde dos EUA também recomenda que adultos pratiquem atividades de fortalecimento muscular, como musculação ou exercícios de resistência, pelo menos duas vezes por semana.
“Alguns estilos de dança, como o breakdance, já incorporam o uso do peso corporal como resistência”, observa McCullough. “Mas ainda são necessárias mais pesquisas para entender melhor o potencial da dança como forma de treinamento de força.”