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Última deportação registrada aconteceu em 22 de novembro, utilizando um Airbus da companhia Global Crossing Airlines (GlobalX)

As deportações de brasileiros pelos Estados Unidos continuam a crescer em 2024. Até o final de novembro, foram registrados 14 voos fretados pelo governo americano, resultando na repatriação de 1.593 brasileiros. Este número não inclui o mês de dezembro, mas segue a tendência de aumento nas operações observada nos últimos anos. Desde 2019, quando esse tipo de deportação começou, foram 10.872 brasileiros deportados até novembro de 2024.

O ano de 2024 apresentou um aumento no ritmo das operações de deportação. Em três meses — agosto, outubro e novembro —, ocorreram duas operações em cada período, algo inédito. Nos demais meses, houve uma operação mensal. A última deportação registrada aconteceu em 22 de novembro, utilizando um Airbus A320 da companhia Global Crossing Airlines (GlobalX), com capacidade para 180 viajantes. O voo partiu de Alexandria, nos EUA, com escalas no Panamá e em Manaus, antes de chegar ao Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins.

De acordo com o Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS), as deportações são direcionadas aos imigrantes que violaram as leis de imigração americanas. A maioria entrou no país ilegalmente ou não obteve autorização para permanecer. Além disso, um percentual significativo inclui pessoas condenadas por crimes ou consideradas uma ameaça à segurança nacional.

Apreensão com o Novo Governo de Donald Trump

A volta de Donald Trump ao poder em janeiro de 2025 já está gerando apreensão entre imigrantes brasileiros, especialmente aqueles em situação irregular. O republicano vem reiterando promessas de endurecimento nas políticas migratórias, incluindo “deportações em massa”. Estima-se que cerca de 230 mil brasileiros vivem nos EUA sem documentação, enfrentando incertezas sobre seu futuro.

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Deportações devem priorizar imigrantes ilegais com antecedentes criminais

Apesar do discurso alarmante, especialistas apontam que deportações em larga escala enfrentam desafios logísticos e econômicos. No primeiro mandato de Trump, o número de deportações foi menor que o registrado no governo de Barack Obama. Ainda assim, o discurso anti-imigrante cria um ambiente de medo e instabilidade, especialmente entre aqueles que dependem de empregos informais ou têm famílias mistas, com membros em status legal e outros em situação irregular.

O que deve acontecer com os imigrantes brasileiros nos EUA agora?

O novo governo Trump já anunciou que as deportações serão priorizadas para imigrantes ilegais com antecedentes criminais ou considerados uma ameaça à segurança nacional. Além disso, medidas como a contratação de cerca de 10 mil novos agentes de imigração e o aumento no monitoramento de redes sociais indicam um reforço na fiscalização.

Para aqueles que estão em situação irregular aqui na américa, a advogada de imigração brasileira Flavia Santos Lloyd oferece um conselho direto: “Tome cuidado, pague os seus impostos e não cometa crimes! Não feche as suas portas antes mesmo de poder abrí-las”.

Por outro lado, há uma notícia para quem deseja vir legalmente ao país e pode estar desanimado: o governo americano também pretende atrair mão de obra qualificada, priorizando vistos de trabalho para profissionais estratégicos e reduzindo concessões humanitárias. A medida visa fortalecer a competitividade dos EUA em setores chave, ao mesmo tempo em que endurece as barreiras para imigrantes não documentados.

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