A Venezuela enfrenta uma grave crise econômica com inflação meteórica, escassez de alimentos e de produtos de necessidade básica. Desde a morte de Hugo Chávez, em 2013, o país passa por dificuldades que tem provocado uma onda migratória para os vizinhos da América Latina, dentre eles o principal, Brasil.
Quem assume o poder desde 2013 é Nicolás Maduro, que tentou aplicar em seu governo a mesma política de Chávez. As condições que o atual presidente encontrou, no entanto, foram bem diferentes das de quando Hugo assumiu: o preço do barril de petróleo, base da economia da Venezuela, baixou. Medidas de controle estatal próprias do chavismo, modelo de socialismo inspirado pelo bolivarianismo, se mostraram insustentáveis dentro de um contexto de crise política e econômica.
E, desde então, a população tem sofrido as consequências. Nos mercados faltam alimentos, produtos de higiene e remédios. A inflação se encontra acima de 800% ao ano, aumentando o preço de insumos básicos, quando esses conseguem ser encontrados. As ruas tem se enchido de uma oposição cada vez mais radical, que encontra uma resposta igualmente radical por parte do governo do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), já há 18 anos no poder.
A situação caótica tem provocado uma forte onda migratória de venezuelanos pobres e que vivem na miséria para os países vizinhos, principalmente o Brasil. Cerca de 50 mil venezuelanos entraram no país após o agravamento da crise político-econômica na nação bolivarianista.
Os imigrantes tentam se estabelecer próximos à fronteira, como Mucajaí e Pacaraima, em Roraima. Pacaraima é a principal porta de entrada de venezuelanos no Brasil. Desde que a imigração se intensificou, em 2015, cerca de 32 mil venezuelanos pediram refúgio no país. Estima-se que até 800 estrangeiros atravessem a fronteira todos os dias, 40% deles ficam no no estado do Norte Brasileiro.
O problema é que os abrigos de Roraima estão lotados e desde a onda migratória, os serviços públicos estão sobrecarregados. No mês de março, pouco mais de 1000 pessoas se manifestaram contra a presença dos imigrantes em Roraima afirmando que tem havido um alto número furtos e roubos desde que eles chegaram ao Brasil. Outra reclamação da população é a demanda nos postos públicos, com os venezuelanos nas filas em busca de remédio e tratamentos diversos, o atendimento triplicou, remédios acabam antes do previsto e muitos brasileiros ficam sem consultas.
Nesta sexta-feira (13), a governadora de Roraima, Suely Campos (PP), apresentou uma ação civil ao Supremo Tribunal Federal (STF) com pedido de tutela provisória para que a fronteira do Brasil com a Venezuela seja fechada por prazo determinado, impedindo a entrada de mais imigrantes no estado.
De acordo com o governo estadual, a medida foi necessária pela omissão do governo federal em cumprir seu papel constitucional de controle da fronteira, o que tem sobrecarrega o estado em diversos serviços públicos. A ação pede, ainda, recursos adicionais para suprir os custos suportados especialmente com saúde e educação.
No pedido, a governadora solicita que, caso não haja controle da imigração em massa, a fronteira seja interditada provisoriamente. O argumento, nesse caso, seria o de permitir que fossem colocadas em práticas as medidas concretas prometidas pelo governo federal.
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