Um fato interessante na vitória de Donald Trump que volta à presidência em 2025 é que ele se torna o segundo presidente na história a conseguir um segundo mandato não consecutivo. Acompanhando atentamente a apuração dos votos se notou que à medida que os resultados da Geórgia e da Carolina do Norte foram divulgados, ficava mais evidente que o cenário estava se complicando para Kamalla.
O ex-presidente e futuro presidente superou seus próprios resultados de 2020, e para surpresa de muitos, também superou as projeções de intenção de votos. A magnitude do resultado final surpreendeu os EUA (e o mundo). Podemos dizer que, novamente, as pesquisas subestimaram a participação dos eleitores nos EUA – onde o voto não é obrigatório, resultando em algo distante da realidade.
Trump venceu também no voto popular pela primeira vez (em 2016, sua vitória sobre Hillary Clinton ocorreu apenas no Colégio Eleitoral), e seu êxito ajudou os republicanos a retomarem o controle do Senado e da Câmara dos Representantes, garantindo a ele uma base legislativa forte para os próximos dois anos. Esse cenário de mais concentração de poder, no entanto, tende a gerar certa volatilidade e nervosismo no mercado, mas uma configuração favorável para as ações americanas e para o dólar.
Poderemos ver a extensão dos cortes de impostos introduzidos em 2017, incluindo uma redução adicional nas taxas corporativas e um leve alívio fiscal para trabalhadores. Sob as regras orçamentárias vigentes, uma extensão permanente desses cortes exigiria grandes reduções nos gastos públicos e na burocracia federal. Se espera também uma diminuição nos subsídios para energia verde, foco em reformas no Medicaid e aumentos nas tarifas sobre produtos chineses e da União Europeia – o que pode tornar mais difícil a tarefa do Federal Reserve no controle da inflação.
E se pensarmos no discurso de campanha, podemos especular uma redução significativa de entrada de ilegais pelas fronteiras ao norte e particularmente ao sul dos EUA.
- E os mercados como agiram a essa vitória?
Internacionalmente, o dólar se fortaleceu em relação ao real e outras divisas horas depois dessa vitória e que deve seguir a tendência. O Bitcoin disparou e atingiu novas máximas, chegando a US$76 mil e impulsionado pelo apoio de Trump ao setor de criptomoedas. E nos títulos do Tesouro dos EUA, os rendimentos renovaram suas máximas, com os juros dos papeis de 10 anos projetando 4,45%.
Por outro lado, as commodities sofreram quedas acentuadas devido ao fortalecimento do dólar e à promessa de Trump de adotar uma postura mais rígida contra a China. Mesmo antes da confirmação oficial, o mercado já apontava para uma possível vitória republicana em Washington, o que costuma ser favorável para as ações, considerando as expectativas de cortes de impostos e desregulamentação.
- E como poderia ficar a questão das taxas de juros?
O Federal Reserve não deve alterar suas taxas com base apenas em promessas de campanha, porém seus modelos econômicos certamente responderão às expectativas. Devemos ver novos cortes de 25 pontos-base no ciclo atual, mas dependendo das políticas econômicas aprovadas em 2025, o ciclo de redução de juros pode não ser tão longo quanto o esperado, o que representa um cenário desafiador para mercados emergentes, como o Brasil.
Em sintonia com essa visão de controle financeiro, a Soul Brasil se dedica constantemente em manter seus seguidores informados sobre a cotação do dólar e análises do cenário mundial. Na nossa página “De Olho no Dólar” , confira insights importantes para embasar suas decisões financeiras de forma mais informada.
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