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Policiais abordaram as filhas e o neto recém-nascido da brasileira

Agentes do Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE) teriam utilizado a família de uma brasileira como “isca” para prendê-la. A abordagem teria ocorrido na quinta-feira, 8 de maio de 2025. Segundo a revista americana Rolling Stone, Rosane Ferreira de Oliveira, de 40 anos, teria sido presa de forma violenta em via pública, sem uma ordem judicial, após suas filhas e neto serem usados pelos agentes para atraí-la para fora de casa. 

Os agentes do ICE chegaram à casa de Rosane, em Worcester, Massachusetts, e abordaram suas filhas e seu neto, que tinha apenas três meses. Eles ameaçaram prender a filha de Rosane, Augusta Clara, de 21 anos, que estava com o bebê no colo. Para conseguir a presença de Rosane, os policiais pediram que a irmã mais nova de Augusta, uma adolescente de 17 anos, ligasse para a mãe e pedisse que ela fosse até o local buscar a criança.

Quando Rosane chegou, foi detida na rua. Segundo a revista, como os policiais não tinham autorização judicial para entrar na casa, usaram essa estratégia para fazer a prisão do lado de fora. Um vídeo mostra que Rosane tentou resistir à prisão, mas foi contida com força pelos agentes.

Imagens mostram que as filhas de Rosane e vizinhos tentaram impedir a prisão. Em um momento, uma das filhas foi jogada no chão e teve o rosto pressionado contra o chão. Ela foi presa sob acusações de colocar o bebê em perigo, perturbar a paz, conduta desordeira e resistência à prisão, mas foi liberada horas depois.

Rosane está nos EUA de forma irregular desde 2022. O Departamento de Segurança Interna dos EUA afirmou que ela é uma “imigrante ilegal criminosa e violenta” e mencionou que ela já havia sido presa anteriormente por agredir uma pessoa grávida com uma arma perigosa. No entanto, Augusta, filha de Rosane, disse à NBC Boston que o caso citado foi apenas uma briga doméstica com a irmã de 17 anos e que a “arma” era na verdade um cabo de carregador de celular.

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Rosane está nos EUA de forma irregular desde 2022

Além disso, Augusta relatou que o companheiro, pai do bebê, foi preso no dia anterior após buzinar para um carro que, segundo ela, era um veículo disfarçado do ICE. No mesmo dia, agentes do ICE voltaram à casa para devolver o carro do companheiro e avisá-la para comparecer ao escritório de imigração para assinar documentos. Quando saiu com a irmã para cumprir essa orientação, Augusta foi parada e presa pelos agentes.

Ela afirmou que está morando na casa de amigos, tem medo de voltar para sua casa, não conseguiu recuperar seus pertences nem os do bebê e não pode trabalhar devido à sua situação legal.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil, por meio do Consulado-Geral em Boston, informou que acompanha o caso desde 8 de maio. O consulado está em contato com Rosane e sua família, oferecendo apoio jurídico e psicológico, além de manter diálogo com as autoridades americanas envolvidas.

Esse caso evidencia a tensão enfrentada por imigrantes nos EUA, agravada pela nova regra do USCIS de abril de 2025, que exige registro obrigatório. É essencial conhecer e exercer os direitos constitucionais, independentemente do status migratório. Por isso, disponibilizamos um guia com orientações sobre abordagens, detenções e como denunciar abusos.