A imigração é um tema que desperta polêmicas nos Estados Unidos. No entanto, quando o assunto são os imigrantes sem status legal, frequentemente chamados de “ilegais”, um termo considerado inadequado e desumanizante, os equívocos se tornam ainda mais evidentes.
É importante reconhecer que muitos de nós, hoje regularizados e até com dupla cidadania (brasileira e americana), já passamos por momentos de viver sem status legal na Terra do Tio Sam. Sabemos, na prática, que o segredo está em não nos envolvermos em problemas, respeitarmos as regras e cumprirmos nossas obrigações, como o pagamento de impostos. Com persistência e honestidade, a recompensa de uma oportunidade de legalização pode, sim, chegar.
Aqui, vamos abordar os principais mitos sobre imigrantes sem status legal, com dados e argumentos para desmistificar essas ideias equivocadas.
- “Imigrantes sem status legal são ‘ilegais’ e estão aqui porque não querem esperar sua vez”
O termo “ilegal” é frequentemente usado de forma pejorativa para descrever imigrantes sem status legal. Contudo, é importante lembrar que ninguém é “ilegal”. Pessoas podem estar em situações irregulares, mas isso não define sua identidade ou caráter.
Quanto à ideia de que não querem “esperar sua vez”, vale destacar que os processos de imigração legal nos EUA são extremamente complexos, caros e inacessíveis para a maioria. Muitas vezes, o tempo de espera pode levar anos ou décadas, especialmente para aqueles sem conexões familiares ou oportunidades de trabalho nos Estados Unidos.
Para quem está fugindo de perseguição, violência ou pobreza extrema, esperar pode ser uma questão de vida ou morte. Assim, muitos optam por arriscar a vida em busca de segurança e um futuro melhor.
- “Todos os imigrantes sem status legal são criminosos”
Esta é uma das ideias mais difundidas e equivocadas sobre imigrantes sem status legal. Estar no país de forma irregular não é, por si só, um crime. Ultrapassar o prazo de um visto, por exemplo, é uma violação civil, não criminal.
Embora entrar no país sem inspeção possa ser considerado uma infração penal, a maioria dos imigrantes sem status legal vive tranquilamente, contribuindo para a sociedade e respeitando as leis. Pesquisas mostram que imigrantes, incluindo os sem status legal, têm menos probabilidade de cometer crimes do que cidadãos americanos nativos.
Para se ter uma ideia, entre 1980 e 2022, enquanto a proporção de imigrantes na população americana mais do que dobrou, as taxas de criminalidade caíram mais de 60%. Isso refuta a noção de que a imigração aumenta a criminalidade.
- “Imigrantes sem status legal não pagam impostos”
Imigrantes sem status legal contribuem significativamente para a economia dos Estados Unidos, especialmente por meio de impostos. Mesmo sem um número de Seguro Social, muitos usam o ITIN (Número de Identificação do Contribuinte Individual) para pagar impostos de renda.
Além disso, todos pagam impostos sobre vendas, propriedade (diretamente, se possuem imóveis, ou indiretamente, através do aluguel) e outros tributos. Estudos mostram que, em 2022, imigrantes sem status legal contribuíram com US$ 96,7 bilhões em impostos federais, estaduais e locais.
- “Imigrantes sem status legal sobrecarregam os serviços públicos”
Existe um equívoco de que imigrantes sem status legal são um peso para os serviços sociais dos Estados Unidos. Porém, a maioria desses imigrantes é excluída dos principais programas de assistência pública, como Medicaid, Segurança Social e SNAP (os chamados “food stamps”).
Os serviços disponíveis para essa população são limitados a atendimentos médicos de emergência, educação pública para crianças e alguns programas específicos, como o WIC, que oferece suporte nutricional para mulheres grávidas e crianças pequenas.
Na prática, imigrantes sem status legal frequentemente contribuem mais para o sistema do que recebem de volta. Ao longo de suas vidas, pagam mais impostos do que consomem em serviços públicos.
- “Imigrantes sem status legal tiram empregos de americanos”
Esse mito parte da ideia equivocada de que o mercado de trabalho tem um número fixo de empregos. Na verdade, há mais vagas de emprego do que trabalhadores disponíveis para ocupá-las.
Imigrantes sem status legal frequentemente ocupam posições em setores essenciais como agricultura, construção civil e processamento de alimentos, áreas que enfrentam dificuldades crônicas de recrutamento de mão de obra. Essas contribuições não só suprem demandas de trabalho, como também impulsionam o crescimento econômico.
- “Imigrantes sem status legal não querem aprender inglês ou se integrar de verdade no país”
A maioria dos imigrantes deseja aprender inglês e se integrar à sociedade americana. No entanto, muitas vezes enfrentam barreiras como falta de acesso a cursos de inglês, jornadas de trabalho exaustivas e medo de deportação.
A integração cultural é um processo que leva tempo e varia de pessoa para pessoa. Mais importante, a vontade de aprender ou se assimilar é uma escolha pessoal, e não um pré-requisito para o valor que uma pessoa agrega à sociedade.
- Por que desmistificar esses mitos é importante?
Os mitos sobre imigrantes sem status legal perpetuam preconceitos e desinformação. Ao espalhar essas ideias equivocadas, políticas injustas são implementadas e divisões sociais aumentam.
Imigrantes sem status legal não são “invasores” nem um “peso” para a sociedade. Eles são pais, mães, trabalhadores e estudantes que contribuem diariamente para a economia, a cultura e o progresso dos Estados Unidos.
Aqueles que já viveram nessa situação sabem o quanto é difícil e desafiador, mas também sabem que, ao seguir as leis e cumprir as obrigações, as portas para a legalização podem se abrir com o tempo. Ao invés de alimentarmos preconceitos, é hora de promover um diálogo mais humano e baseado em fatos.]
Se você deseja imigrar para os EUA ou regularizar seu status como imigrante no país, é recomendado buscar apoio especializado para garantir segurança e tranquilidade durante todo o processo. Um exemplo é a advogada de imigração brasileira Flávia Lloyd, que tem vários escritórios nos EUA, incluindo nos estados da Califórnia e Flórida.
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