Uma greve que parou o Brasil em maio, um governo frágil, um cenário eleitoral completamente indefinido, um desempenho econômico decepcionante aliado a um cenário externo desfavorável. Esses ingredientes desestabilizaram o mercado na primeira semana de junho, deixaram os investidores no escuro e levaram os economistas a rever todas as projeções para 2018 e 2019.
E um dos setores a sofrer impacto é o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre do ano, mas ainda não é possível precisar o tamanho da repercussão da paralisação sobre a atividade econômica, afirmou Roberto Olinto, presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta segunda-feira (11).
A preocupação atual do instituto é com possíveis reflexos sobre a coleta de dados para as pesquisas conjunturais. Segundo ele, é preciso observar se o impacto aparecerá nos preços, no comércio, na produção, se houve perda de mercadoria no momento da parada, se houve recuperação ou estabilização quando terminada a greve.
“Se o impacto é de mais longo prazo ou mais curto prazo, é isso que a gente está observando. Nossa preocupação é não perder coleta de informação”, afirmou Olinto. Ele ainda criticou algumas tentativas de analistas de mensurar as consequências da greve sobre o resultado do PIB do País.
Ainda nesta seunda-feira, a pesquisa Focus, realizada pelo Banco Central, mostrou queda na projeção do PIB de 2018 para 1,94%, antes 2,18% na semana anterior. Pela primeira em 18 semanas, o mercado reduziu também a projeção para 2019, de 3% para 2,80%.
Os números do PIB do segundo trimestre serão divulgados no dia 31 de agosto. No primeiro trimestre, a economia brasileira cresceu 0,4%, superando projeções de analistas ouvidos pela Bloomberg, que falavam em 0,3%.
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