Autoridades de saúde no Reino Unido informaram que há uma nova variante do novo coronavírus que se tornou a forma mais comum do vírus em algumas partes da Inglaterra em questão de meses. De acordo com o governo britânico, há motivos para acreditar que essa mutação seja bem mais transmissível que outras variantes, acredita-se que seria 70% mais transmissível.
O grande problema é que pouco se sabe realmente sobre esta nova variante. Especialistas junto ao governo britânico afirmam que ela ainda se encontra no início e, por isso, há um sem-número de dúvidas por parte dos profissionais da área. Estudiosos do assunto procuram entender se essas mutações, que ocorrem o tempo todo, também mudam os aspectos da doença. Entender essas transformações é fundamental, inclusive, para saber a eficácia da vacina no tocante às mutações do vírus.
Com a nova descoberta, o governo britânico voltou a criar novas restrições no país.”Experimentos de laboratório são necessários, mas você quer esperar semanas ou meses para ver os resultados e tomar medidas para limitar a propagação? Provavelmente não nessas circunstâncias”, diz Nick Loman, professor do Instituto de Microbiologia e Infecção da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, que defende as restrições para tentar conter essa versão do vírus.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, chegou a sugerir que essa nova variante seja 70% mais transmissível, contudo especialistas dizem que é cedo para ser feita qualquer previsão. Isso porque essa variante é excepcionalmente cheia de mutações. A explicação mais provável é que ela surgiu em um paciente com sistema imunológico enfraquecido, incapaz de vencer o vírus.
Especialistas em infectologia ainda explicam que para se ter uma ideia, o vírus que foi detectado pela primeira vez em Wuhan, China, não é o mesmo que você encontrará na maioria dos cantos do mundo. Isso ocorre por causa dessas mutações que os profissionais estão tentando compreender. Uma análise inicial da nova variante foi publicada e identifica 17 alterações potencialmente importantes.
Ao que tudo indica, as vacinas funcionarão contra a nova variante, mas há que se ter cuidado. “Mas se deixarmos essa variante se espalhar e sofrer mais mutações, isso pode se tornar preocupante”, diz Gupta. “Este vírus está potencialmente em vias de se tornar resistente à vacina, ele deu os primeiros passos nesse sentido”, afirma o professor da Universidade de Cambridge Ravi Gupta.
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