image processing20200616 12871 7t338kAo contrário de conclusões prévias no meio científico, três novos estudos, realizados nos EUA e na Índia, indicam que o medicamento hidroxicloroquina (HCQ) possui eficácia contra a covid-19. Em Nova York, foram observados efeitos positivos do fármaco durante o tratamento, enquanto na cidade de Vadodara (Índia), as conclusões se firmam nos efeitos preventivos contra a doença. Já em Michigan, os pesquisadores chegaram a ambos os resultados.

Em Nova York, um tratamento com mais de 6.000 pacientes com Covid-19 feito por pesquisadores do Mount Sinai Health System, encontraram redução na taxa de mortalidade quando há uso da hidroxicloroquina. Após análise de outros fatores de risco, o estudo do Mount Sinai apontou que “”o uso da hidroxicloroquina estava associado à diminuição da mortalidade hospitalar.”

Em Michigan, na cidade de Detroit, através da observação em mais de 2.500 pessoas, o Henry Ford Health System chegou à conclusão de que “o uso isolado de hidroxicloroquina e em combinação com azitromicina foi associado a uma redução significativa da mortalidade hospitalar em comparação com o não recebimento de hidroxicloroquina. Contudo, há ressalvas: “estudos prospectivos são necessários para examinar esse impacto”.

No caso de Detroit, o estudo foi realizado entre 10 de março e 2 de maio (2020), nos seis hospitais da instituição, e todos os pacientes tinham 18 anos ou mais, com idade mediana de 64 anos. 13% dos medicados apenas com hidroxicloroquina morreram, em comparação com 26,4% não tratados com o medicamento. Nenhum dos pacientes registrou anomalias cardíacas graves; no entanto, todos foram monitorados quanto a uma condição cardíaca que é rotineiramente apontada como razão para evitar a HCQ no tratamento da covid-19.

“Nossos resultados sugerem que o medicamento pode ter um papel importante a desempenhar na redução da mortalidade por covid-19”, comentou o diretor da divisão de Doenças Infecciosas do Henry Ford Health System, Marcus Zervos. O CEO da instituição, Steven Kalkanis, é mais enfático: “Nossa análise mostra que o uso da hidroxicloroquina ajudou a salvar vidas”. Contudo, ele também é categórico ao apontar que o fármaco “precisa ser usado em ambiente hospitalar.”

Na Índia, a análise é dirigida pela Corporação Municipal de Vadodara (VMC), e envolveu cerca de 300.000 pessoas, incluindo a equipe médica atuante na linha de frente, tendo descoberto na hidroxicloroquina benefícios de prevenção à covid-19. Em entrevista ao jornal Indian Express, uma autoridade médica sênior declarou: “A força-tarefa de especialistas médicos, incluindo médicos e super especialistas, recomendou e apoiou a iniciativa de administrar HCQ em áreas de aglomerados e casos de alta exposição”. O entrevistado apontou que “os benefícios parecem superar o debate sobre seus riscos, e certamente ajudaram na implementação das estratégias preventivas”.

Até 2 de julho (2020), a VMC administrava o medicamento a 342 mil pessoas, incluindo profissionais de saúde e outros atores da linha de frente. Além disso, pessoas próximas a infectados confirmados pelo vírus também foram medicadas. O Dr. Devesh Patel, oficial de saúde da VMC, comentou: “Para nós, mostrou resultados positivos. Temos os números e nenhuma pessoa se queixou de complicações. O único efeito colateral relatado é a gastrite leve, comum na administração de medicamentos pesados ​​e que pode ser tratada com eficácia”.

Ao que as três experiências recentes apontam, a aplicação da hidroxicloroquina se mostra benéfica em casos específicos. Mais olhares da comunidade científica têm se voltado ao uso do medicamento, enquanto vacinas para a covid-19 são desenvolvidas em paralelo.

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