Por Laís Oliveira
Junho é o mês da diversidade e do Orgulho LGBTQIA+ no mundo inteiro, portanto, eventos como paradas do orgulho são vistas em diversos países e atraem milhares de pessoas – e em algumas cidades, milhões!
O mês de junho foi escolhido devido a um acontecimento que se tornou símbolo de resistência e da luta pela igualdade de direitos civis: a Rebelião de Stonewall. Ocorrida no dia 28 de junho de 1969, foi uma revolta contra uma operação policial violenta em um bar frequentado pela comunidade LGBTQIA+ de Nova York.
Os protestos ao redor do bar se estenderam por dias e, nesta época, a comunidade LGBTQIA+ era fortemente reprimida e alguns atos eram criminalizados. Depois de Stonewall, as manifestações em prol dos direitos civis do público LGBTQIA+ se intensificaram nos EUA e culminaram nas primeiras gay pride parade do país. Los Angeles e Nova York foram as cidades pioneiras nos desfiles pelo orgulho LGBTQIA+ nos EUA. Em 28 de junho de 1970, o movimento tomou as ruas e, desde então, acontece em praticamente todos os cinco continentes do mundo.
No Brasil, as paradas do orgulho LGBTQIA+ acontecem desde 1997 tendo o primeiro evento reunido timidamente pouco mais de 2 mil pessoas. Nesta época, muitos artistas famosos ainda não assumiam publicamente sua orientação sexual ou mesmo identidade de gênero e, com isso, era mais difícil para o movimento conseguir apoio de patrocinadores, ganhar visibilidade e atrair mais pessoas.
Como as paradas LGBTQIA+ surgiram?
São Paulo foi a cidade que inaugurou o movimento. Inspirada nas gay pride parades realizadas desde a década de 70 nos Estados Unidos, a primeira parada teve o tema central “Somos muitos, estamos em várias profissões” e buscava dar maior visibilidade ao público GLT (gays, lésbicas e travestis) – como era chamado na época – e sensibilizar a sociedade para o convívio respeitoso com as diferenças, pressionando o Estado a garantir os direitos da comunidade homossexual.
Em 1999, já com o nome de Parada do Orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros), o evento entrou no calendário oficial da cidade de São Paulo e se tornou o maior do mundo no gênero. Nos anos 2000, a parada de São Paulo cresceu e o número de paradas semelhantes no Brasil também. Até 2010, todas as capitais contariam com paradas LGBTQIA+, assim como boa parte dos municípios brasileiros de grande e médio porte.
Em 2006, a 10ª Parada do Orgulho LGBTQIA+ de São Paulo foi incluída no Livro dos Recordes (Guinness Book) pela primeira vez como a maior do gênero no mundo — 2,5 milhões de participantes. Em 2011 entrou novamente no guiness quando bateu o recorde de 4 milhões de pessoas na Avenida Paulista.
A parada do orgulho LGBTQIA+ é tão importante para o calendário do turismo local que, segundo a SPTuris (empresa municipal de turismo de São Paulo), é o evento que mais atrai turistas à cidade. Eles viajam de diversas partes do mundo para participar e aproveitar as diversas atrações.
As edições de 2020 e 2021 aconteceram on-line por causa da pandemia do coronavírus, mas este ano o evento retorna presencialmente no dia 19 de junho com o tema “Vote com orgulho – por uma política que representa”, para debater acerca do ano eleitoral no Brasil. A programação do evento ainda não está totalmente definida, mas já se sabe que haverá trios elétricos, cantores mundialmente famosos, DJs e muito mais. Você pode acompanhar todas as novidades pelo site do evento, pelo Instagram @paradasp ou pelo Facebook @paradasp.
Onde acontecem as Paradas do Orgulho LGBTQIA+ no Brasil?
Mas não é apenas São Paulo que brilha e concentra grandes públicos em nome da diversidade, de norte e a sul do Brasil eventos e marchas do orgulho LGBTQIA+ acontecem no mês de junho.
O Rio de Janeiro é outra cidade que atrai grande público nas paradas do orgulho no Brasil. Apesar de os eventos no estado acontecerem no mês de setembro, os organizadores já informaram que o Rio não vai ficar de fora das comemorações do mês do orgulho LGBTQIA+ este ano. Haverá diversas atrações, como é o caso do Circuito Rio de Cores, promovido pelo Rio Convention & Visitors Bureau e a câmara de Comércio e Turismo LGBT no Brasil. É esperado que aproximadamente um milhão de pessoas compareça em Copacabana.
Já no nordeste, a Bahia é o estado com maior número de eventos e público nas paradas de orgulho LGBTQIA+. As cores do arco-íris se lançam pelo centro de Salvador atraindo uma média de 500 mil pessoas anualmente desde 2001. O evento conta com shows de drag queens, artistas nacionalmente famosos, desfile de trios elétricos e muito mais.
Em Recife, outra grande capital nordestina do Brasil que atrai numerosos grupos de todas as idades e orientações sexuais aos eventos do orgulho LGBTQIA+, a parada de 2022 será realizada não em junho, mas em setembro. O Fórum LGBT de Pernambuco, uma das entidades responsáveis pelo evento, confirmou a realização da 21ª edição para o dia 18 de setembro de 2022, na Avenida Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Em breve a programção completa do evento será liberada para o público.
No norte do país, a cidade de Belém, no estado do Pará, comporta o maior evento de diversidade e orgulho LGBTQIA+, mas este ano, assim como Recife, o evento será realizado em setembro, ainda sem data e programação definida. Espera-se que ao menos 200 mil pessoas estejam presentes.
Em 2019, último ano de eventos antes da pandemia, o país registrou ao menos 297 paradas LGBTQIA+. Os estados que mais fizeram paradas em números totais foram São Paulo (54 marchas), Bahia (52), Rio de Janeiro (33), Pará (24) e Rio Grande do Sul (19).
Após dois anos de pandemia de covid-19, as paradas do orgulho LGBTQIA+ em todo o país voltaram a ser realizadas em formato presencial apresentaram números expressivos. São Paulo, em especial, somou mais de 4 milhões de pessoas na Avenida Paulista. Isso demonstra que, mesmo com o passar do tempo, a resistência do movimento é uma prova contínua da importância das Paradas do Orgulho no Brasil e na nossa sociedade.
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