Por Laís Oliveira
Dia 31 de dezembro no Brasil é sinônimo de vestir branco como tradição para a virada de ano, mas você sabe o porquê? Tudo começou, oficialmente, em meados dos anos 50, mas na verdade esse hábito já existe há muito mais tempo em alguns países da África.
O simbolismo de vestir-se de branco no réveillon veio da religião Candomblé, cujos seguidores sempre usaram roupas brancas para entregar oferendas antes da meia-noite à rainha do mar, Iemanjá – divindade africana originalmente vinda da Nigéria.
No Brasil, essa tradição começou nos anos 50, nas praias de Salvador, cidade com forte influência da cultura africana, e em São Paulo, quando um grupo chamado Primado de Umbanda foi até a Praia Grande, no litoral, para fazer, no dia de Iemanjá, o Encontro das Águas, uma espécie de procissão.
A tradição de pular as sete ondas na virada do ano, fazendo sete pedidos diferentes, também está ligada à Umbanda e ao culto a Iemanjá. O sete é um número cabalístico, que na Umbanda representa Exu, filho de Iemanjá. Também tem relação com as Sete Linhas de Umbanda, conceito de organização dos espíritos sob o comando de um orixá. Cada pulo, nesse caso, seria o pedido a um orixá diferente.
Esse ritual único e de cor padronizada atraiu olhares e ficou famoso na época, tomando uma proporção gigante com o passar dos anos. Muita gente quis participar daquele evento curioso no qual uma multidão brindava a chegada do novo ano de branco.
A cor, então, se tornou figurino do ano novo brasileiro de verdade na década de 1970 – quando o ritual foi exportado para o Rio de Janeiro, onde a praia de Copacabana já era o ponto de encontro do réveillon. Não há registros históricos sobre o porquê da data das oferendas para Iemanjá ter sido deslocada para o dia 31 de dezembro – já que na Nigéria, o ritual é feito no dia 2 de fevereiro (assim como na Bahia que, por sua vez, faz mais de também nos últimos dias do ano), mas o hábito foi adotado pela população, independentemente da religião.
Já em outros países, como Estados Unidos, o uso do branco não é tão frequente. Em alguns deles, grupos que acreditam que a cor representa paz e harmonia, recebem o ano novo vestidos de brancos, mas ainda assim esse número não é grande como no Brasil.
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