A posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos reacendeu preocupações entre a comunidade acadêmica internacional. A política imigratória do republicano, conhecida por seu tom rígido, gera incertezas tanto para estudantes estrangeiros já matriculados em universidades americanas quanto para aqueles que pretendem ingressar no ensino superior no país.
O receio atual se baseia em medidas adotadas pelo próprio Trump em seu primeiro mandato, entre 2017 e 2021. Logo no primeiro mês de governo, ele impôs restrições a cidadãos de sete países de maioria muçulmana, além da Coreia do Norte e da Venezuela, limitando a entrada de estudantes e professores dessas nações. Além disso, a emissão de vistos tornou-se mais rigorosa, resultando na rejeição de cerca de 40 mil pedidos de entrada nos Estados Unidos.
Algumas universidades americanas chegaram a aconselhar estudantes estrangeiros que estavam viajando a retornarem aos EUA antes da posse. A Universidade de Massachusetts, por exemplo, emitiu um alerta preventivo, relembrando as restrições impostas durante o primeiro governo Trump.
Estudantes asiáticos, especialmente chineses, têm demonstrado ainda mais preocupação, visto o histórico de tensões entre os dois países. Durante seu primeiro mandato, Trump adotou políticas que restringiram o acesso de pesquisadores chineses a laboratórios de tecnologia de ponta, sob alegações de espionagem industrial. Essa tensão pode impactar diretamente a concessão de vistos para estudantes de determinadas áreas, como tecnologia e engenharia.
A comunidade estudantil brasileira já vinha enfrentando alguns desafios. Nos últimos meses, vários estudantes tiveram seus vistos F1 revogados por trabalho não autorizado. O visto F1 permite apenas atividades remuneradas dentro do campus e sob determinadas condições. Casos recentes mostram que até mesmo trabalhos remotos, como o uso de plataformas digitais para geração de renda, podem resultar na perda do status legal e até em deportação.
O Que Muda Agora?
Até o momento, não há confirmação de medidas que atinjam especificamente estudantes estrangeiros com documentação regularizada. No entanto, Trump já deu declarações polêmicas durante a campanha e logo após assumir o cargo. Em seu discurso de posse, destacou que sua prioridade será a deportação de imigrantes ilegais, sem mencionar diretamente os estudantes internacionais.
Por outro lado, Trump surpreendeu ao sugerir que estudantes formados em faculdades americanas deveriam receber automaticamente um green card, permitindo-lhes permanecer no país. Em entrevista ao podcast All-In, ele afirmou que essa medida ajudaria a reter talentos e beneficiaria a economia. Apesar da aparente flexibilização, sua campanha esclareceu que apenas os “graduados mais habilidosos que possam fazer contribuições significativas” seriam elegíveis, após um rigoroso processo de avaliação.
Especialistas apontam que, embora a proposta seja bem recebida por muitos setores, há incertezas sobre sua viabilidade e aplicação prática. Durante seu primeiro governo, Trump dificultou a obtenção de vistos de trabalho H-1B, amplamente utilizados por recém-formados que desejam permanecer no país. Portanto, resta saber se sua administração realmente facilitará a permanência de estudantes estrangeiros ou se continuará com restrições mais rigorosas.
O Que Esperar do Novo Governo?
Embora ainda não haja mudanças oficiais na política para estudantes estrangeiros, o histórico de Trump e suas declarações dividem opiniões. Por um lado, seu discurso sobre facilitar a permanência de talentos pode beneficiar estudantes que desejam construir carreira nos Estados Unidos. Por outro, sua postura imigratória restritiva e a intensificação das fiscalizações indicam que dificuldades podem surgir, especialmente para aqueles que não estiverem rigorosamente em conformidade com as regras do visto.
Outro ponto de preocupação envolve possíveis novas restrições em programas como o OPT (Optional Practical Training), que permite que estudantes internacionais trabalhem temporariamente após a graduação. Durante seu primeiro mandato, Trump impôs limites e aumentou a burocracia para empresas que contratavam estrangeiros, o que pode se repetir neste novo governo.
A recomendação geral é que qualquer estrangeiro que queira estudar ou permanecer nos EUA esteja sempre atualizado sobre as mudanças nas políticas imigratórias -evitando assim surpresas desagradáveis – sigam todas as regulamentações do visto e, se necessário, busquem assessoria jurídica para evitar complicações. Um exemplo é a advogada de imigração brasileira Flávia Lloyd, que tem vários escritórios nos EUA, incluindo nos estados da Califórnia e Flórida.
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