Por Laís Oliveira
Você sabe quanto vale o dólar atualmente? Em meados de março de 2015, a moeda, pela primeira vez em 10 anos, rompeu a barreira dos R$ 3. Isso assustou os brasileiros. Em 2018, chegou a quase R$5,00. E em 2020 atingiu a máxima de R$5,90 em maio. A cotação da moeda muda diariamente, mas essa variação não é importante apenas para os economistas. Isso porque o preço do dólar também pode interferir no seu dia a dia.
Com problemas externos como o fortalecimento da economia dos EUA e a crise política e financeira da Europa, o real tende a se desvalorizar e o dólar a disparar. A grande problemática de 2020 é que foi um ano atípico para o mundo inteiro devido à pandemia do novo coronavírus que mexeu com a economia de quase todos os países atingidos.
Em 2015, o dólar subiu 4,79%. De janeiro ao final do primeiro semestre do ano, a alta foi de 25,89%. A subida do dólar para o patamar dos R$3,00– R$3,65 se deu, em parte, como uma consequência também do avanço dos preços ao consumidor dos EUA nos últimos meses até esta data.
Esta valorização aconteceu, frente a todas as moedas, devido à expectativa de aumento da taxa de juros nos Estados Unidos, analisou a economista Sarah Pessoa, Mestre em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Alagoas. “Em 2015, os EUA ainda se recuperavam da crise de 2008, mas em um ritmo muito mais rápido do que a União Europeia, por exemplo. Imprescindível para este cenário foi a intervenção estatal norte-americana, através de sua política fiscal, visando sanar o setor financeiro e produtivo”.
Por outro lado, no início do segundo semestre deste ano, houve uma disparada nos preços do galão de gasolina, mas de uma forma muito rápida. De uma hora para outra, a galão (3.6 l) de gasolina subiu em media, US$ 1. Em Los Angeles, por exemplo, o preço médio do galão em meados de julho (2015) foi de US$ 3.25, e no fim desse mês, essa média passou a ser US$ 4.25. Mas o sistema da procura e da oferta sempre foi a base da balança dos preços nos EUA. No caso da própria gasolina, de costume, ela se mantém mais barata no começo do ano, durante o inverno. Depois, com a primavera, os preços começam a aumentar para atingir o pico nos meses de verão ( julho/agosto) quando muita gente faz planos de viagem dentro do próprio EUA. Com a chegada do outono, os preços começam a baixar até atingir os melhores preços no fim do ano ou começo de inverno
Já em 2020, a pandemia do novo coronavírus levou a cotação do dólar a um patamar inédito: ele ultrapassou os R$ 5 e, em maio, chegou a bater os R$ 5,90, a maior cotação da história da moeda no Brasil. Desde então oscilou e se mantém entre R$5,30 e R$5,70.
A subida do dólar, no entanto, não é um cenário novo: em momentos de recessão ou crise econômica, como a que o mundo enfrenta por conta da pandemia, variações muito bruscas na cotação da moeda dos Estados Unidos são esperadas. No caso do Brasil, a tendência, nessas situações, é que ela suba – quanto maior a cotação do dólar, mais desvalorizada está a moeda brasileira neste cenário.
Os brasileiros têm um comportamento diferente em relação à subida de preços devido à memória inflacionária do país. Com o dólar mais caro, os brasileiros reduzem suas expectativas de compras, as importações caem, e a rotina, do grande empresário à dona de casa, muda. A frase costumeira repetida pelos brasileiros “o preço de tudo subiu e parece que não vai baixar ” parece certeira quando analisamos esta perda de poder de compra dos últimos anos.
Com a alta exorbitante que preços de serviços e produtos no Brasil têm sofrido, os salários também ficam “menores” quando calculados em dólar em épocas de inflação, ou seja, os assalariados ficam um pouco mais pobres quando o dólar sobe. Para quem gosta de viajar, a surpresa pode vir com os preços das passagens, ao fazer reserva de hotéis ou na hora de pagar a fatura do cartão crédito.
Com a economia passando por este momento de crise, o mais sensato para muitos brasileiros é frear as compras em poucas quantidades e/ou conter os gastos desnecessários e/ou deixar a viagem ao exterior para outro momento mais opor tuno. No geral, o brasileiro vive o momento de driblar a crise sem grandes perdas e transtornos e aguardar um melhor momento para investir o suado salário.
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