By Lindenberg Junior

rayssa leal e leticia bufoni

As atletas Rayssa Leal e Leticia Bufoni. Foto: Divulgação, COB

Nos anos 60, surfistas californianos, cansados de esperar pelas ondas perfeitas, criaram o skate, colocando rodinhas de patins em pedaços de madeira para simular a sensação de surfe. Inicialmente chamado de Sidewalk Surf, o esporte rapidamente se espalhou pelos Estados Unidos. Em 1965, o esporte ganhou sua identidade própria, e o nome definitivo, skateboarding, foi adotado.

O skate chegou ao Brasil por meio das revistas americanas de surfe, que começavam a ser distribuídas no país. A garotada, sempre ávida por novidades, rapidamente adotou o esporte, e os primeiros skates foram feitos com rodas de patins de ferro adaptadas em pedaços de madeira. Sem regras estabelecidas, o que importava era a diversão. Em 1974, uma grande evolução ocorreu quando o engenheiro químico Frank Nashworthy inventou as rodas de uretano, que deram ao skate a qualidade necessária para se tornar um esporte popular e duradouro.

Nos anos 80, o skate brasileiro começou a receber investimentos, e as marcas passaram a viabilizar sua expansão. No entanto, foi na década de 90 que o skate brasileiro realmente explodiu, tanto em termos de mercado quanto no número de praticantes. Em 1995, quando o World Cup Skateboarding (WCS) implementou o ranking profissional, começou a era de Bob Burnquist. Em 1995, no Slam City Jam em Vancouver, Bob, até então um desconhecido, surpreendeu o mundo com sua técnica inovadora, conquistando o primeiro lugar. Desde então, ele dominou as competições, deixando um legado de versatilidade e estilo. Hoje, Bob Burnquist é reconhecido globalmente como um ícone do skate.

O Impacto dos Skatistas Brasileiros no Cenário Internacional

Nos últimos anos, o Brasil tem se destacado cada vez mais no cenário internacional, especialmente com grandes nomes do skate brasileiro que competem nas mais prestigiadas competições globais, muitas vezes com base na Califórnia. Não é segredo que uma grande parte dos melhores skatistas brasileiros moram ou passaram a residir no Estado Dourado, onde o esporte é parte da cultura e as condições são ideais para treinar e evoluir.

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Rayssa Leal, considerada uma das favoritas do Brasil para as Olimpíadas de Paris 2024 e medalhista de bronze, se destaca como uma das principais skatistas do país, apesar da sua pouca idade. Ela conquistou o mundo com sua técnica e foi medalhista no skate street nas Olimpíadas de Tóquio 2020. Junto com Pâmela Rosa, outra grande atleta que também tem chances de conquistar uma medalha nas Olimpíadas de Paris 2024, elas formam uma geração de mulheres no skate com grande potencial para brilhar nas competições internacionais.

Outras atletas que têm se destacado no cenário internacional incluem Gabi Mazetto, Raicca Ventura, skatista paulistana que brilhou no Mundial de 2023 em Roma, e Isadora Pacheco, que também foi uma das representantes do Brasil nas Olimpíadas de Paris 2024. Dora Varella, outra promessa brasileira, também foi uma das participantes dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 e Paris 2024. 

Hoje podemos afirmar que o Skate é uma grande tendência no mundo. E claro, no Brasil, com uma maior organização, muitos talentos e maior exposição na mídia. Prova disso, são as participações de diversos atletas nas principais revistas europeias e vídeos americanos, entre outros. Enfim, os Brasileiros andam lavando a alma no Street e no Vertical, conquistando as principais colocações no Circuito Internacional. Assim como no surf, outro esporte radical, o skate brasileiro impõe respeito e vem tendo nomes frequentes nos pódios e títulos.

As Mulheres no Skate Brasileiro

rayssa leal e1741482170825Desde os anos 90, as mulheres brasileiras têm ganhado cada vez mais espaço nas competições internacionais de skate. Pioneiras como Liza Araujo, Ana Paula Negrão, Luciana Ellington e Giuliana Ricomini foram as primeiras a representar o Brasil no All Girl Skate Jam em 1999, realizado em San Diego. Elas não só divulgaram o skate brasileiro como também estabeleceram conexões com outras skatistas ao redor do mundo. Há, ainda, Leticia Bufoni e Silva, considerada um dos maiores nomes da historia do esporte.

O Brasil tem sido representado por novas gerações de skatistas femininas. Pâmela Rosa e Rayssa Leal, já consolidando seu nome no cenário internacional, seguem a trilha das pioneiras, com grande potencial para conquistas ainda maiores.

Hoje podemos afirmar que o Skate é uma grande tendência no mundo. E claro, no Brasil, com uma maior organização, muitos talentos e maior exposição na mídia. Prova disso, são as participações de diversos atletas nas principais revistas europeias e vídeos americanos, entre outros. Enfim, os Brasileiros andam lavando a alma no Street e no Vertical, conquistando as principais colocações no Circuito Internacional.