Ativo desde a primeira explosão, no dia 3 de maio, o vulcão Kilauea entrou na quarta semana do que pode ser uma erupção sem precedentes e simultânea em sua cratera do cume e ao longo de uma sequência de 9,7 quilômetros de fissuras 40 quilômetros abaixo de seu flanco leste.
Um fluxo de lava de movimento rápido fez com que autoridades fechassem uma rodovia, na terça-feira (29), e alertassem que fios finos e afiados de fibras de vidro vulcânico carregados pelo vento podem ferir olhos e pulmões, no maior ciclo de erupção em um século.
A agência de Defesa Civil do condado do Havaí informou que a lava se aproximava rapidamente da Rodovia 132, provocando o fechamento do Parque Estadual Lava Tree ao Four Corners, e alertou moradores a monitorarem seus rádios e celulares para atualizações e ordens de retirada.
Fluxos de lava de múltiplas fissuras bloquearam estradas e danificaram dezenas de prédios na Big Island do Havaí. Com todos os problemas gerados pelo vulcão desde o início de maio, a brasileira, natural de Minas Gerais, Fernanda Paulsen foi uma das mais recentes vítimas do Kilauea, cuja erupção já destruiu mais de 80 imóveis.
A residência de Fernanda ficava a pouco mais de dois quilômetros do vulcão, mas, mesmo assim, a lava alcançou a residência e a engoliu deixando toda sua família desabrigada. “No dia 19, a lava do Kilauea entrou no meu condomínio de maneira muito agressiva, tinha um rio de lava descendo, levou nossa casa e toda nossa fazenda”, contou Fernanda a um jornal brasileiro que, junto com a família, teve tempo de salvar apenas os documentos pessoas, algumas roupas e fotos.
Fernanda morava na fazenda desde 2009 e havia a construído com o marido Dustin Paulsen, com quem teve duas filhas. Na propriedade de quatro hectares eles criavam animais e cultivavam produtos orgânicos, aproveitando a fertilidade da terra, adubada pela quantidade de minerais jogada no solo pelas erupções.
A última vez que a lava atingiu essa região foi em 1955. Fernanda e as filhas, de cinco e três anos, foram para a casa de parentes na Flórida. Seu marido ficou na Big Island e agora procura outro lar para a família, na mesma ilha.
Sem seguro da casa atingida, a brasileira conta com apoio e doações. “Embora esse dinheiro não recupere a sua terra, pelo menos os ajudará com as despesas imediatas. Eles usarão esse dinheiro para alugar uma casa para que sua família possa ficar junto, o que exigirá um depósito (o aluguel do primeiro e do último mês). Eles ainda têm que fazer pagamentos de hipoteca na terra, assim, este dinheiro vai ajudar com isso também (eles não têm seguro em sua casa)”, descreve a campanha.
A campanha está aberta no GofundMe e objetiva arrecadar $25 mil dólares. O United States Geological Survey (Serviço Geológico dos Estados Unidos) elevou no dia 16 desse mês para alerta vermelho o nível de erupção do Kilauea que, na última semana, já provocou a retirada de centenas de pessoas de seus lares.
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