A Beija-Flor se consagrou campeã do carnaval do Rio de Janeiro 2018. A escola apresentou o enredo “Monstro é aquele que não sabe amar. Os filhos abandonados da pátria que os pariu”, cantando contra a corrupção, a violência, a intolerância religiosa, entre outros problemas sociais. Também com temática política e fortes críticas sociais, a escola Paraíso do Tuiuti ficou com o segundo lugar no pódio.
A escola fez um paralelo entre o Frankenstein, de Mary Shelley, personagem que está completando 200 anos, e os “monstros nacionais”: a corrupção, as agressões à natureza, o uso indevido de impostos, as disparidades sociais. A teatralização deixou o público vidrado no desfile. O carro da favela tinha traficantes “armados”, briga de casal e até uma mãe velando um filho policial morto. A chamada “farra dos guardanapos”, episódio do esquema criminoso do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB), foi encenada.
Também com forte crítica política e social, refazendo a história do Brasil sob a ótica dos explorados e vindo até os dias atuais, escancarando problemas políticos, a escola de samba carioca Paraíso da Tuiuti, que desfilou na noite do domingo (11), ficou com o segundo lugar.
Um dos pontos altos e que mais chamou atenção do público que prestigiava os desfiles foi um homem com faixa presidencial, representando o presidente Michel Temer, intitulado “vampiro neoliberalista”. Uma ala trazia “manifestoches”, com passistas fantasiados de patos; outra, lembrava o trabalho informal, fazendo referência à reforma trabalhista que o presidenciável insiste em aplicar no Brasil, mesmo contra a vontade a maioria da população.
Além do fantoche, houve também paneleiros com camisetas do Brasil – em uma crítica aos protestos de 2016 que foram apoiados pela emissora Globo que é a favor de Temer e pedia o impeachament de Dilma e a prisão de Lula- e patos da Fiesp sendo controlados pela mídia, críticas às reformas trabalhista e da Previdência. No desfile histórico, a escola de samba carioca escancarou o golpe e constrangeu a Globo, maior emissora do Brasil, que tentou abafar o “Fora, Temer” da plateia, mas não conseguiu.
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