As criptomoedas se tornaram uma febre nos últimos anos se transformando em uma forma de investimento lucrativa e que veio para ficar, tendo seu ápice de valorização no ano de 2021. Mas seu uso em massa esbarrou em um problema frequente: a altíssima volatilidade dos ativos. Foi justamente para contornar essa situação que surgiram as stablecoins.
Caso você não conheça, as stablecoins, ao contrário do Bitcoin, são uma categoria de criptomoedas que possuem seu valor atrelado a algum outro ativo considerado mais estável. Esse ativo pode ser ouro, por exemplo, ou até mesmo moedas tradicionais, como euro e dólár.
As stablecoins são ativos de baixíssima volatilidade e essa característica dá aos proprietários de criptomoedas a oportunidade de trocar ativos como o bitcoin, cujo valor pode mudar de forma brusca em pouquíssimo tempo, por outros cujo valor é e sempre será sempre o mesmo.
Isso é muito útil para que investidores possam se proteger em momentos de alta volatilidade, mas também para transações de compra e venda de bens e serviços, sem o risco de que o ativo utilizado mude drasticamente de valor no meio da operação.
E essa é a causa que tem feito um grande número de brasileiros trocar reais por stablecoins como USDT nos últimos meses. Com a alta inflação no país e desvalorização crescente do real, os brasileiros têm recorrido às criptomoedas e, especialmente, às stablecoins como nunca antes.
De acordo com dados oficiais da Receita Federal, entre janeiro e novembro de 2021, brasileiros negociaram R$ 61,3 bilhões em stablecoins e quase triplicaram o total negociado em 2020. As moedas também superaram as negociações de Bitcoin (BTC), que chegaram a R$ 65,4 bilhões em 2021.
A febre de stablecoins no Brasil começou em 2020, durante a pandemia, quando diferentes exchanges de criptomoedas começaram a perceber que o número de traders brasileiros de stablecoins havia quadruplicado.
O aumento da inflação é um dos fatores que impulsionam esse movimento. Ao adquirir stablecoins, alguns brasileiros também buscam se proteger contra a constante desvalorização do real em relação ao dólar, que saltou de R$ 4 em janeiro de 2020 para quase R$ 5,70 em janeiro de 2022.
Ainda segundo a Receita Federal, a Tether (USDT) é a stablecoin preferida dos brasileiros, com R$ 55,2 bilhões adquiridos entre janeiro e novembro de 2021. A lista ainda inclui R$ 9,3 bilhões em USD Coin (USDC), R$ 727 milhões em Binance USD (BUSD), além de Dai (DAI) e True USD (TUSD), com R$ 73 milhões e R$ 32 milhões, respectivamente.
A preferência do USDT no Brasil contrasta com outros países da América Latina, como a Argentina, onde a DAI, da Maker (MKR) se tornou uma das principais stablecoins.
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