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Brazilian Day San Diego / Foto: Claudia Passos

 Nascido em Salvador, Bahia, Sango Costa dos Reis, mais conhecido pelo nome artístico de Slleyk da Bahia, teve sua infância dividida entre sua terra natal e o Rio de Janeiro. Sua paixão pela arte veio de berço: seu pai, Raimundo Reis, era ator e participou de filmes renomados como Inocência e Chico Rey, atuando ao lado de grandes nomes do cinema brasileiro, como Fernanda Torres.

Desde pequeno, Slleyk teve contato com a música e a percussão. “Eu e meus amigos de infância tínhamos uma banda chamada Levadum e nossa referência musical foi Olodum e Timbalada. Eu cantava e tocava nessa banda, mas como cantor não tive muito sucesso e me expulsaram da banca porque eu era muito desafinado”, conta.

Isso não o impediu de trilhar um caminho na arte. “Acredite ou não, nunca fui muito bom de dança. Então aos 14 anos entrei para a Fundação Diáspora Arte Center, uma grande escola de dança fundada pelo coreógrafo Nem Brito”. Rapidamente o baiano se destacou, tornando-se um dos melhores alunos da escola. 

“Percebendo meu potencial, a Fundação me deu a oportunidade de me tornar professor de dança e a partir daí, as portas do mundo se abriram”, conta. Slleyk ministrou workshops na Espanha, Suíça, Polônia, Londres entre alguns países. No Brasil, fundou seu próprio centro cultural no Pelourinho, o Slleyk Bahia Dance, e em 2003 recebeu um convite para trabalhar na Escola Olodum, sendo posteriormente promovido a coreógrafo do Bloco Olodum, onde permaneceu por 13 anos.

A paixão pela dança levou Slleyk aos Estados Unidos. Em março de 2013, ele desembarcou em Los Angeles, vindo de Salvador. Inicialmente, passou seis meses ministrando workshops em diversas cidades e estados. O baiano se encantou pela Califórnia, e segundo ele, especialmente por L.A, uma cidade multicultural e repleta de oportunidades para artistas. Apesar de ter visitado outros estados e cidades, sempre retornou a L.A. Em 2014, decidiu se estabelecer definitivamente na Califórnia. “Nessa época, eu era casado e a família da minha ex-esposa morava na Califórnia e essa foi uma das razões de vir morar aqui”, conta. 

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Foto: Claudia Passos

A barreira do idioma foi um dos maiores desafios que enfrentou, afetando sua independência e sua capacidade de expandir sua carreira. Ele dependia de sua esposa para tarefas básicas do dia a dia. No entanto, Slleyk manteve seu foco. Em 2015, fundou o Made in Bahia LA, uma ONG dedicada à promoção e difusão da cultura brasileira nos Estados Unidos, importante pilar da comunidade brasileira em Los Angeles.

Ele destaca as vantagens de viver nos EUA, como melhores oportunidades de crescimento financeiro e educacional. Porém, nem tudo são flores. “No Brasil, fazemos mais amizades e temos tempo para os amigos.  Conheço muitas pessoas aqui, que são amigos próximos e em quem posso confiar, mas muitos me conhecem sem fazer parte do meu dia a dia”, explica.

Para quem deseja seguir um caminho semelhante ao seu, Slleyk dá uma dica simples: prepare-se. “Tenha objetivos bem traçados antes de chegar. Já aqui, aprenda inglês o mais rápido possível e construa uma boa rede de contatos. Vale ressaltar que Los Angeles é a cidade onde muitos artistas sonham em fazer sucesso, mas, devido à grande concorrência, é muito difícil ver um artista brasileiro em ascensão”, ressalta.

Entre os momentos mais marcantes de sua trajetória na Califa está o Brazilian Day de San Diego, evento anual onde teve a oportunidade de dividir o palco com artistas renomados. Ele também destaca a relevância dos programas de samba-reggae e percussão promovidos por cidades como Santa Monica e instituições como o Santa Monica College.

Hoje, Slleyk da Bahia continua seu trabalho com o Made in Bahia LA, fortalecendo a cultura brasileira em solo americano. E, apesar das dificuldades, encontrou em Los Angeles a sua nova casa e os  EUA o lugar para crescer e realizar seus sonhos.