Qual atriz e ator nunca sonhou em ter seu trabalho reconhecido e fazer parte de um elenco de Hollywood? Qual menina que já faz pequeno trabalhos como modelo não sonha em ser referência nas passarelas como Gisele Bündchen? Qual cantor não sonha em construir carreira na música e viver somente disso?
Ser artista não é um emprego muito fácil, seja aonde for. Mas ser artista nos Estados Unidos e ganhar renome e reconhecimento, então, é uma luta árdua cheia de escolhas e renúncias e muitos empregos temporários para se sustentar pelo caminho, mas há quem persista e desconhece a palavra “não” na sua jornada.
Los Angeles sempre foi considerada a capital do entretenimento e muitas pessoas sonham em trabalhar na cidade e alcançar o sucesso na profissão artística. Mas ao conseguir vencer o primeiro desafio de se mudar para L.A é necessário um meio de vida para sobreviver já que dificilmente se consegue de cara oportunidades de emprego na área sonhada.
Basta ir a um restaurante ou até supermercado conhecido e falar com algum dos empregados locais, certamente haverá ao menos um ator formado ou em formação, ou mesmo músico e até modelo, que trabalham nesses lugares para sobreviver enquanto não são reconhecidos no ramo artístico escolhido.
Aline Firmo, por exemplo, é brasileira, mora em Los Angeles desde 2016 e é atriz e produtora. No Brasil, ela trabalhava na área financeira e estudava teatro, porém, viu que sua real paixão era ser atriz. Mesmo sabendo dos desafios da carreira, resolveu então seguir seu sonho e ir, segundo ela, para a cidade onde os filmes acontecem.
Em Hollywood, em meio a um trabalho e outro, a atriz foi questionada por uma equipe de um documentário sobre cinema sobre quais critérios são essenciais para se trabalhar com cinema em L.A e ela afirmou “Aqui todo mundo é ator, desde o taxista, babá, garçonete. Além de ator o que você é?”. Na indústria do cinema, é essencial começar de baixo ir crescendo, buscando trabalhos maiores.
A visão dos americanos para atingir seus objetivos na carreira profissional pode ser muito diferente da cultura brasileira. A expressão “Self Made Man”, ou “o homem que se faz sozinho”, é um dos exemplos dessa característica, pois eles não procuram depender do Estado para crescer – especialmente pela economia local – e sim deles mesmos.
Por isso é necessário estudar muito, se aprimorar e, se possível, fazer diversos cursos além daquele que seja seu objetivo principal de carreira. Muitos encaram essa tripla jornada de vida trabalhando como garçom, motorista de aplicativo, entregador de comida, etc. e no horário livre investem em cursos e buscam oportunidades na área artística.
Fazer sucesso não é fácil e manter os pés no chão é essencial. Muitos atores que estão nessa jornada há anos afirmas que qualquer um tem uma chance melhor de ganhar na loteria do que ser descoberto em uma cafeteria. Não espere sair do avião, do seu carro ou de seu emprego e ser descoberto por um bom agente ou diretor de elenco. Geralmente, um agente respeitável ou um diretor de elenco não olha nem para você até que você tenha créditos reconhecidos ou trabalhos no meio, por isso persistência é essencial nessa carreira.
Trabalhar na área artística é subir vários degraus, mas um por vez. É mais fácil do que se pensa para um ator já reconhecido, músico ganhador de prêmios e modelo de boas agências cair no esquecimento após experimentar o auge da carreira. Às vezes na pessoa não aproveita o bom momento para se aprimorar e passar a “escolher demais” os papeis e trabalhos ou às vezes simplesmente dá o azar de ser substituído e ver seu nome ser esquecido aos poucos.
Nate Richert é um bom exemplo desse tipo de armadilha que a profissão possui. Ele derretia corações na mundialmente famosa série Sabrina, Aprendiz de Feiticeira, popular no final dos anos 1990. O ator, que interpretada Harvey, agora possui 40 anos de idade e revelou que tem vários empregos para poder pagar as contas.
“Sou ator há 32 anos (desde os 8 anos de idade)”, twittou Richert, que interpretou Harvey Kinkle de 1996 a 2003. “Sou extremamente sortudo por ter tido algum sucesso, e trabalhos sólidos em filmes e TV quando era mais jovem. Mas atualmente faço serviços de manutenção, sou zelador, carpinteiro e faço todos os trabalhos aleatórios que posso para pagar as contas”.
“Hoje eu atuo e componho para manter minha sanidade. Atores não têm muita estabilidade de trabalho ou um plano de saúde bom e aposentadoria. Nós somos atores assim porque é a nossa essência, fazemos pelo amor e necessidade de trazer as palavras da página para a vida e fazer as pessoas felizes”, completou Richert.
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