O ex-presidente da Braskem, José Carlos Grubisich, foi preso na quarta-feira (20), em Nova York, sob acusação de suborno e lavagem de dinheiro, com base na legislação dos Estados Unidos de corrupção estrangeira — Foreign Corrupt Practice Acts (FCPA).
“Grubisich e outros executivos da Braskem e da Odebrecht se envolveram em um esquema internacional maciço e sofisticado de propina e lavagem de dinheiro, empregando fundos secretos, empresas de fachada e contabilidade falsa”, disse o procurador-geral assistente Brian A. Benczkowski, em comunicado do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ).
Os procuradores acusam Grubisich de estar diretamente envolvido na negociação e aprovação de subornos a funcionários públicos para garantir que a Braskem conseguisse preços favoráveis em negociações de contratos com a Petrobras. Grubisich seguiu no conselho de administração até 2012. Ele também atuou como consultor externo da Odebrecht por dois anos.
Grubisich foi preso ao chegar ao Aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, pela manhã, onde passaria uma semana de férias com a mulher, Kátia. As acusações haviam sido definidas em fevereiro e foram mantidas sob segredo de Justiça por oito meses para facilitar a prisão de Grubisich quando ele estivesse em solo americano.
Nos Estados Unidos, ele está sendo defendido pelo advogado Glen Kopp, do escritório Meyer Brown. O escritório Toron, Torihara e Szafir Advogados, de São Paulo, também acompanha a defesa de José Carlos Grubisich. A informação da prisão foi originalmente revelada pela agência Reuters.
De acordo com o Departamento de Justiça, o risco de fuga do executivo é alto. Essa afirmação é justificada pelo fato de o executivo ser brasileiro. O País não tem acordo de extradição de cidadãos que estão sendo investigados em outros países. Ao ser ouvido em uma Corte de Nova York, na tarde de quarta, Grubisich se declarou inocente das acusações. A mulher do executivo se disse “perplexa” com a prisão.
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