Com o retorno da economia dos EUA, milhões de pessoas voltaram a trabalhar. No entanto, ainda existe um grande grupo de americanos ainda desempregados – muitos deles desde antes da pandemia começar. Parte desses grupos é composta por mulheres, mães solo que não têm onde deixar seus filhos enquanto trabalham, ou que, mesmo casadas, precisam ficar em casa, enquanto os maridos trabalham, já que os filhos não podem ficar sozinhos.
Muitas escolas e creches ainda não voltaram ao funcionamento normal. Diversos locais funcionam apenas algumas horas por dia, alguns dias por semana ou em semanas alternadas, dificultando o retorno dos pais ao trabalho em tempo integral. E as responsabilidades dos pais recaem desproporcionalmente sobre as mulheres – uma questão de gênero que se arrasta ao longo das décadas.
É improvável que esta situação mude em pouco tempo até o início do ano letivo. Mas isso levanta uma questão importante sobre o início do período escolar nos meses de agosto e setembro: as escolas reabrirão totalmente, todos os dias, de segunda à sexta-feira, e todas as semanas?
Se não o fizerem e, em vez disso, mantiverem uma abordagem híbrida, haverá um alto custo para as mulheres norte-americanas. A maior questão que permeia a desigualdade de gênero em 2021 pode ser se as escolas retornarão à normalidade neste outono. O que farão estas mulheres?
A abertura total das escolhas é uma das coisas mais importantes para a economia, já que muitos pais não podem voltar a trabalhar sem isso. “Não se trata apenas de abrir”, disse Emily Oster, uma economista que estuda parentalidade na Brown University . “Precisamos descobrir como possibilitar uma abertura normal, segura”.
Mas é seguro abrir?
As evidências disponíveis indicam que as escolas podem retornar com segurança ao horário normal no outono. Quase todos os professores já se vacinaram. Em agosto, todas as crianças com pelo menos 12 anos também provavelmente terão a oportunidade de se vacinar. A vacina Pfizer agora está disponível para pessoas com 16 anos ou mais, e os órgãos federais parecem prontos para aprová-la para crianças de 12 a 15 anos nas próximas semanas.
Quanto às crianças mais novas… poucas terão sido vacinadas até o outono. Mas os dados dos EUA e de outros países sugerem que as crianças raramente se infectam na escola. Um dos motivos é que a covid-19 tende a ser desenvolvida de forma leve em crianças mais novas, tornando-as menos propensas a serem sintomáticas e contagiosas.
Ainda mais importante, esse coronavírus raramente prejudica de forma grave as crianças. Para eles, a taxa de mortalidade é semelhante à de uma gripe normal, e outros sintomas e sequelas são extremamente raros. A covid-19 representa um baixo risco à saúde às crianças. O caminho para a escola, na verdade, é um risco maior que o próprio o vírus.
Claro, o risco de contrair covid-19 não é zero, e é por isso que muitos distritos escolares ainda estão lutando para decidir o que fazer no outono. Mas é válido salientar que a doença apresenta um risco mínimo para as crianças. Mas também é bom lembrar que alguns professores e outros funcionários da escola optam por não serem vacinados ou não podem receber a vacina por motivos de saúde, e, nesse caso, alguns deles podem precisar permanecer em casa se as escolas forem reabertas.
Por esses motivos, a reabertura total das escolas trará custos e complicações reais, ainda que pequenos. As comunidades terão de pesar esses custos contra o enorme dano que escolas fechadas estão causando às mulheres americanas.
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