Natural de Southampton, estado de Nova York, o versátil músico que toca vários instrumentos, entre eles violino, bandolim, violão e piano, cresceu em Allentown, Pensilvânia – cidade a apenas 90 minutos de NYC, se apaixonou pelo choro e por uma brasileira natural de Brasília, viveu no Brasil por nove anos, aprendeu português e muita coisa de nossa cultura.
“Eu morei no Brasil entre 2007 e 2016 e vivi em Brasília e em São Paulo. Antes de viver no Brasil, eu tinha visitado o país algumas vezes para estudar choro. Minha primeira visita a Brasília foi em 2006 para visitar o gaitista Pablo Fagundes, que conheci em NYC no mesmo ano, quando estava lançando meu primeiro CD de música brasileira, Memories of Homem. Logo depois conheci minha futura esposa e mudei para Brasília” nos diz Ted Falcon.
Em suas primeiras viagens ao Brasil, Ted esteve no Rio de Janeiro e São Paulo, onde conheceu de perto emocionantes rodas de choro e presenciou grandes festivais de música. Mas foi em Brasília onde ele ficou mais impressionado com o choro. “A quantidade e a qualidade das rodas de choro com músicos de alto nível me surpreeendeu. Toquei muito choro na capital do Brasil! Lembra um Ted Falcon saudoso. Ele nos conta que também ficou impressionado com o nível de informalidade, onde o choro é tocado em bares, entre amigos e tomando cerveja.
“Aqui nos Estados Unidos, uma música tão complexa e sofisticada como o choro você escuta em um teatro ou um local onde o público assiste ao show como a um concerto, mais formal”, adiciona o músico. Ele lembra que comparando Brasilia e Sao Paulo com NYC e Los Angeles, cidades onde já residiu, nas duas cidades brasileiras existem menos oportunidades profissionais para músicos como ele. “Em L.A e NYC” acontecem muitas produções e de todo tipo, seja em cinema, em tv, eventos em geral, além, claro, de gravações musicais. Aqui no EUA eu recebo muito mais convites de trabalho e em todas essas áreas”, acrescenta o músico. Porém, ele lembra que no Brasil existem os editais de patrocínio governamental que dão chances adicionais para o artista produzir seus próprios trabalhos apesar da grande concorrência e burocracia.
Suas grandes referências são os músicos Hamilton de Holanda, Yamandu Costa e Armandinho Macêdo. Seus cantores brasileiros favoritos são Caetano Veloso, Clara Nunes, Djavan, Elis Regina, Gilberto Gil e Milton Nascimento. Ted Falcon começou a tocar piano com 5 anos e um ano depois com 6 se apaixonou pelo violino. O pai de Ted, Marvin Falcon, era um guitarrista profissional que trabalhou com Harry Belafonte e Miriam Makeba.
Nos dias de hoje, vivendo em L.A, além de estar em diversos palcos fazendo seus shows – incluindo noites de forró com seu grupo “os Forrozeiros”, Ted dá aulas no Silverlake Conservatory of Music, que foi fundado pelo baixista Flea do Red Hot Chili Peppers. Ele tem vasta experiência como professor de música e já deu aulas de cordas no Clube do Choro em Brasília e no Whittier College quando foi professor assistente de World Music. Ele criou o Clube de Choro de Los Angeles em 2019 para reunir músicos para tocar choro numa roda bem brasileira e matar a saudade do Brasil.
O americano de coração brasileiro já lançou onze álbuns de forma independente e publicou sete livros, além de já ter se apresentado em diversos palcos do mundo, entre Europa, Japão, Brasil e EUA. Em 2023, ele lançou seu álbum Tô Chegando, que foi gravado em São Paulo e Los Angeles com 14 músicas autorais. O álbum foi aclamado pela crítica especializada nos Estados Unidos. Em junho de 2024, Ted se apresentou em 11 cidades nos EUA e Canadá com o grupo carioca Forróçacana em sua U.S Tour 2024.
Ted Falcon já se apresentou com David Grisman, Mike Marshall, Rod Stewart, e o brasileiro Hermeto Pascoal, além de ter gravado com Ben E. King, Suzanne Vega e Terry Gibbs. Como músico de estúdio, ele tocou em muitas gravações de tributos a quartetos de cordas para Weezer, The Cure e Linkin Park e apareceu em famosos programas de televisão dos EUA, incluindo os com Young Sheldon, Judging Amy, Charmed e o Tonight Show com Jay Leno.