Por Lindenberg Junior
Para alguns, trabalhar como house sitter enquanto se viaja é algo mais voltado para jovens hoje em dia ou, pelo menos, para quem quer economizar muito viajando por vários dias ou mesmo semanas. É o que diz Sandra Domingos, uma brasileira que mora entre a Bahia e a Califórnia, e já visitou mais de 50 países ao redor do mundo.
Sandra nasceu em Recife, vive agora (2018) em Itacaré, sul da Bahia (Brasil), e morou em Los Angeles e Santa Bárbara (Califórnia) por mais de 30 anos. Depois de se divorciar de seu segundo marido e se tornar mãe, ela viajou para a Ásia e passou seis meses pelo continente vivendo como mochileira, praticando ioga, meditando e conhecendo e desfrutando de outras culturas.
“Quando eu ainda estava no meu segundo casamento, viajava pelo menos uma vez por ano com meu marido, com amigos ou até mesmo sozinha. Mas depois que me divorciei e meus filhos já tinham crescido, decidi fazer uma longa viagem pela primeira vez”, disse Sandra. Depois dessa viagem, ela decidiu voltar ao Brasil, visitar a Califórnia anualmente para estar próxima da família e, ao mesmo tempo, estar livre para visitar outros países e culturas ao redor do mundo.
“Comecei a ler muitas revistas e livros sobre turismo, bem como blogs sobre o assunto. E desde aquela primeira viagem pela Tailândia, Laos, Vietnã, Camboja, Mianmar (Birmânia) e parte da Índia, nos últimos treze anos (de 2005), estive em vários outros países, além de também explorar os Estados Unidos”, complementou Sandra.
Ela revelou que viajar pela Ásia é muito tranquilo e seguro, além disso as pessoas são simpáticas e prestativas e há muitos lugares baratos onde é possível se hospedar, incluindo albergues. Mas na Europa e em países como o Japão e os Estados Unidos, a coisa é bem diferente no que diz respeito economizar dinheiro. “A Europa, o Japão e os Estados Unidos são países caros para se hospedar em hotéis, AirBnb, etc, então eu tenho uma estratégia incomum para tornar minhas viagens ao redor do mundo acessíveis”, acrescentou.
A estratégia sobre a qual Sandra está falando é a de trabalhar como “House Sitting” nesses países. House sitting é mais um exemplo da revolução que está ocorrendo na indústria do turismo através de economia compartilhada ou colaborativa. Traduzindo de forma simples e fácil, significa tomar conta de casas enquanto seus donos viajam.
Tanto quem fornece a casa, quanto quem cuida dela enquanto os donos não estão fazem parte de uma nova interação da economia compartilhada: uma comunidade online de assistentes locais, onde, com diligência e um pouco de sorte, se tornou uma das melhores opções para pessoas como Sandra, que aproveitam estadias sem custo em casas vagas de estranhos e durante alguns dias ou até um mês, a pessoa cuida dos cães dos donos da casa, alimenta gatos, rega plantas na ausência do proprietário, enfim, cuida da propriedade enquanto seus donos estão longe.
Em outras palavras, é como ficar na casa de um amigo que é tão confortável quanto a sua. Essa prática vem se popularizando e crescendo. Uma variedade de sites que servem para as pessoas que querem ser house sitters se cadastrarem, como HouseCarers e TrustedHousesitters, surgiram nos últimos anos. Desde que a TrustedHousesitters começou em 2010, já atraiu mais de 30.000 pessoas registradas e há mais de 1.500 listagens ativas.
Opções como Airbnbs e hostels, além de caras, também não fornecem, muitas vezes, espaço extra e tranquilidade caso você precise se concentrar em algum trabalho, por exemplo, caso seja escritor ou tenha um emprego que trabalhe remotamente. Então ser house sitter pode representar uma opção barata e confortável para quem ama viajar. Geralmente o processo para ser house sitter é simples e há uma entrevista antes de confirmar sua estadia em determinada casa, mas ela pode ser realizada via Skype para facilitar o processo.
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