O dólar caiu nesta sexta-feira (20) pelo segundo dia consecutivo frente ao real e encerrou o dia cotado a R$ 6,0710, com uma baixa de 0,87%. O Banco Central do Brasil realizou intervenções significativas no mercado cambial, vendendo 7 bilhões de dólares em leilões, elevando o total das intervenções para quase 28 bilhões desde a semana passada. Além disso, a aprovação final do pacote fiscal pelo Senado, que inclui medidas como a restrição ao acesso ao BPC e limites para o aumento real do salário mínimo, ajudou a reduzir a volatilidade. Essas ações reforçaram a confiança no controle fiscal.
Outro fator que impulsionou o movimento de baixa foi o vídeo divulgado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reafirmando confiança no Banco Central e no futuro presidente da autarquia, Gabriel Galípolo. Lula destacou a independência do BC e mencionou a unidade entre sua equipe econômica, o que foi bem-recebido pelo mercado. Apesar da queda recente, o mercado permanece cauteloso quanto à sustentabilidade das políticas fiscais, o que mantém a moeda acima de R$ 6,00, um nível considerado crítico.
Na prática, a alta do dólar prejudica consumidores brasileiros, encarecendo produtos importados, viagens e bens industrializados devido ao custo elevado de insumos. Por outro lado, beneficia brasileiros que vivem nos EUA, recebendo em dólar e aproveitando o câmbio favorável para investimentos no Brasil, como imóveis.
Lembrando que na véspera, na quinta-feira (19), o dólar caiu 2,29%, encerrando a R$ 6,1243, após cinco dias seguidos de alta. Na quarta (18), atingiu um recorde histórico de R$ 6,2679 (+2,78%), refletindo a desconfiança no compromisso fiscal do governo, mesmo com avanços como a aprovação do PLP 210. Na terça (17), subiu 0,10%, a R$ 6,0982, e na segunda (16), avançou 1,04%, fechando a R$ 6,092.
O dólar na reta final de 2024
Em 2023, o dólar fechou a última sessão do ano em queda de 8,08% frente ao real, sua maior baixa anual desde 2016. Para 2024, esperava-se que o desempenho do dólar fosse influenciado pela situação fiscal no Brasil e possíveis cortes na taxa de juros pelo Fed. A taxa Selic está em 11,25%, enquanto a projeção dos economistas para a taxa de juros brasileira em 2024 era de 9%. No acumulado de 12 meses, o dólar subiu 25,17% frente ao real, variando entre R$ 4,8015 e R$ 5,8749.
Dezembro até agora
Na quarta-feira (11), o dólar caiu 1,47%, fechando a R$ 5,959, impulsionado pela decisão do Copom de aumentar a Selic em 1 ponto percentual no dia anterior. Foi a primeira vez no mês que a moeda americana encerrou abaixo de R$ 6. Logo no início do mês, na segunda-feira (2), o dólar subiu 1,07%, fechando a R$ 6,0652. A alta refletiu as ameaças do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, contra os Brics e a reação do mercado ao pacote fiscal anunciado na semana anterior no Brasil.
Relembre os destaques do dólar nos últimos meses:
Novembro
O dólar atingiu recordes em novembro, impulsionado pela incerteza econômica e reações do mercado. Na quinta-feira (28), subiu 1,30%, fechando a R$ 5,9910, devido à desconfiança no pacote fiscal do governo. No dia anterior, havia registrado alta de 1,80%, encerrando em R$ 5,9141, maior valor histórico, após o anúncio de isenção de IR para salários de até R$ 5 mil. Oscilações incluíram quedas, como na quarta-feira (6), a R$ 5,67 (-1,21%), e na segunda-feira (4), a R$ 5,78 (-1,48%).
Outubro
Em outubro, o pregão registrou leves oscilações e alguns picos de alta no dólar. Na terça-feira (29), a moeda subiu 0,95%, fechando a R$ 5,76, o maior valor desde março de 2021. Na sexta-feira (25), encerrou a R$ 5,70, com alta de 0,76%. Na sexta-feira (18), também fechou em alta, a 0,71%, cotado a R$ 5,70. No dia 15, terça-feira, o dólar subiu 1,36%, fechando a R$ 5,6587.
Setembro
O ponto alto do mês foi a sequência de quedas do dólar, sete vezes seguidas. As cotações variaram de R$ 5,64 no dia 11 até R$ 5,42 no dia 19, acumulando uma desvalorização de mais de 4% no período, a maior do ano. Essa queda foi impulsionada pelo corte de juros nos EUA e pelo aumento das taxas no Brasil, que tornou o real mais atraente para investidores.
Agosto
Na última semana de agosto, o dólar teve cinco altas seguidas, fechando em R$5,6363 na sexta-feira (30) e acumulando alta de 2,86% na semana. Antes disso, subiu de R$5,49 na segunda-feira (26) para R$5,6227 na quinta-feira (29). Em contrapartida, na primeira quinzena do mês o dólar caiu de R$5,74 em 5 de agosto para R$5,4491 no dia 13, acumulando queda de 5,09%.
Julho
Em julho, o dólar teve grandes oscilações. Na quarta (24), subiu 1,24% para R$5,65. Na quinta (18), aumentou 1,89% para R$5,58, e na quarta (17), subiu 1%, ambos por questões fiscais. Na terça (9), caiu 1,15% para R$5,39. Na quinta (4), caiu 1,49% para R$5,48. Na quarta (3), o dólar teve uma queda de 1,72% para R$5,56, a maior desde o início do governo Lula. Na segunda (1º), subiu 1,13% para R$5,65.
Junho
Em junho, o dólar acumulou alta de 6,47%, com maior variação na sexta (28), subindo 1,50% e fechando a R$5,5907. A maior queda foi na segunda (24), caindo 0,94% para R$5,39. Na terça (25), subiu 1% para R$5,45, e na sexta (7), aumentou 1,44%, chegando a R$5,32.
Maio
Em 31 de maio, o dólar subiu 0,78%, fechando a R$5,25, o maior valor desde abril. A Ptax impulsionou uma alta mensal de 1,12%, apesar da desvalorização externa. No dia 29, a moeda subiu 1,10% para R$5,21, influenciada pelos rendimentos dos Treasuries. No início de maio, destacou-se a alta de mais de 1% no dia 9, fechando a R$5,14. Em contraste, o dólar caiu 1,53% no dia 2, cotado a R$5,11, e no dia 3, atingiu R$5,0693, seu menor valor em quase um mês.
Abril
Na sexta (26), o dólar caiu quase 1%, fechando a R$5,11, interrompendo quatro semanas de ganhos devido a dados positivos de inflação dos EUA. Na terça (23), o dólar teve a terceira queda seguida, cotado a R$5,12. Na terceira semana de abril, após várias altas, o dólar caiu firme na sexta (19), a R$5,19, enquanto na terça (16), subiu 1,64% para R$5,26, maior alta em mais de um ano.
Março
Na quarta-feira (20), o dólar caiu 1,14% para R$4,97 após o Fed manter a taxa básica e projetar cortes futuros. Na segunda (18), subiu 0,54% para R$5,02, fechando acima de R$5 pela primeira vez desde outubro de 2023. Na semana anterior, dados fracos do IPC e IPP dos EUA reduziram as chances de cortes nas taxas de juros, possivelmente adiando para o segundo semestre. Na sexta (8), o dólar subiu 0,95% para R$4,98 após um relatório de empregos nos EUA superar expectativas.
Fevereiro
No final de fevereiro, na terça (27), o dólar caiu 0,98% para R$ 4,93. Na sexta (23), subiu 0,83% para R$ 4,99, próximo de R$ 5. Em 19 de fevereiro, a China conseguiu sua taxa de juros para 3,95%. Na quinta (8), o dólar quase caiu R$5, fechando a R$4,9956, com alta de 0,55%.
Janeiro
Na “Super Quarta” (31) de janeiro, o Fed manteve a taxa de juros, enquanto o Copom conseguiu a Selic para 11,25%. Na sexta (26), o dólar caiu pelo quarto dia seguido, fechando a R$ 4,91. Na terça (16), subiu 1,23% para R$ 4,9268, maior alta desde 2 de janeiro. No dia 2, o dólar também subiu mais de 1%, cotado para R$ 4,91.
Algo Mais do que Aconteceu de Relevante
Na sexta, 15 de dezembro escrevemos uma análise e “retrospectiva sobre o dólar em 2023” sobre o que se poderia esperar para 2024. E no domingo, 16 de julho de 2023, produzimos um artigo interessante que teve como título “O enfraquecimento do dólar e seus efeitos ao redor do mundo” e que recomendamos a leitura.
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